Condenado por nazismo sai da prisão e ficará em regime domiciliar
Israel Fraga Soares irá cumprir pena em regime domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O homem, que foi condenado a cinco anos, seis meses e 27 dias por prática de nazismo, racismo, entre outros crimes de ódio, deixou a Penitenciária Modulada Estadual de Osório (PMEO) na terça-feira (30/01).
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, o criminoso cumpria prisão preventiva desde 29 de janeiro de 2022, sendo condenado em agosto do ano passado. Após pedido da defesa, a juíza da Vara de Execuções Criminais de Osório, Liane Machado dos Santos Caminha Gorini, determinou a execução da pena no semiaberto. Porém, devido à falta de vagas no anexo destinado para o regime na PMEO, ele recebeu uma tornozeleira eletrônica e foi liberado. Entretanto, Israel ainda deverá cumprir as seguintes medidas:
COLOCAR EM QUADRO
– Não poderá se afastar de sua residência no período compreendido entre 19h e 7h;
– Não poderá se envolver em novos delitos;
– Não poderá desviar da zona de inclusão do monitoramento eletrônico, de até três quadras da residência;
– O rompimento ou danificação do equipamento (tornozeleira) ensejará a regressão de regime, o que obstará nova inclusão no sistema de monitoramento eletrônico;
– O monitoramento terá duas rotas de locomoção, permitindo dois deslocamentos semanais, sendo um para Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e outro para a Vara de Execução Criminal (VEC);
Além disso, ao ser liberado, Israel deverá informar o endereço onde planeja residir. Caso ele descumpra alguma dessas determinações, o condenado retornará ao regime fechado.
O CASO
O homem foi preso devido a práticas racistas, homofóbicas e antissemitas. Em janeiro de 2022, o homem, morador de Tramandaí, divulgou pela internet símbolos, emblemas e distintivos com a imagem da cruz suástica para divulgação do nazismo. O indivíduo foi preso preventivamente e levado ao presídio de Osório, onde seguiu à disposição da Justiça. Durante as investigações foram encontradas provas que relacionam Israel com uma série de ameaças a figuras públicas, incluindo o vereador de Porto Alegre Leonel Radde (PT); a vereadora de Niterói (RJ), Benny Briolly (PSol); e o ator e cantor Douglas Silva, conhecido, principalmente, pelos personagens Dadinho, no filme Cidade de Deus, e Acerola, na série Cidade dos Homens, da Rede Globo. Atualmente, ele está no ar na Globo, atuando na novela Fuzuê, onde faz o personagem Claudio.
Além disso, Israel aparece em vídeos publicados na internet, fazendo saudações nazistas, queimando uma bandeira que representa a comunidade LGBTQIAP+ e também uma foto de George Floyd, afro-americano assassinado por um policial em Minneapolis (Estados Unidos), em maio de 2020. Conforme o juiz Michael Luciano Vedia Porfirio, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí, o preso tinha como pretensão “difundir suas ideias, praticando e alicerçando um discurso de ódio, discriminando pessoas em razão da cor, raça, etnia, orientação sexual e identidade de gênero”.