CIDADE

Complexo do Parque Eólico recebe reunião da Famurs

Diversas lideranças empresariais da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul) estiveram na última sexta-feira (27/01), no complexo do Parque Eólico de Osório para a 1ª Reunião de Integração da entidade em 2023. As mais de 100 pessoas presentes debateram as pautas e demandas do setor privado no RS.

Durante o encontro, foi elaborado um documento que expõe as preocupações e econômicas da Famurs. Nomeada de ‘Carta de Osório’, o documento elogia a disposição do Governo Federal em ouvir as demandas dos governadores, defende a manutenção das medidas de reforma trabalhista, uma reforma tributária, desde que arroubos arrecadatórios, e a independência do Banco Central – entre outras demandas. Com a Carta, a entidade demarca posição ideológica, mas se afasta do radicalismo. A seguir veja a Carta na íntegra:

CARTA DE OSÓRIO

As lideranças empresariais da Federação em sua 1ª Reunião de Integração de 2023, diante do cenário nacional de polarização, vem por meio desta reforçar sua disposição de trabalhar, empreender e produzir pelo futuro de nosso país, sob as luzes dos princípios, garantias e direitos tão arduamente conquistados em nossa Constituição Federal de 1988, para que possamos desfrutar de um ambiente democrático para geração de riquezas, empregos e arrecadação como solução para os graves problemas sociais brasileiros.

Enquanto cidadãos mobilizados em prol do bem comum, manifestamos profunda preocupação com excessos, ataques e provocações por parte de lideranças públicas federais dos três poderes, na contramão das intenções inscritas no preâmbulo de nossa Carta Magna, numa postura que inflama os ânimos e divide a sociedade, criando expectativas cada vez piores, fazendo nascer a insegurança e o conflito no lugar da esperança, o ódio no lugar da pacificação, deixando a economia flutuar sobre o medo como prenúncio de uma recessão.

No cerne de nossa preocupação com os prejuízos que esta postura vem causando à estabilidade democrática, à economia e à nossa capacidade de resolver problemas sociais, renasce a certeza de que ninguém deve se colocar acima da Constituição, porque não há Justiça com parcialidade, não há democracia sem liberdade de expressão, não há paz com excessos e muito menos segurança na distorção da Lei ou no desrespeito ao Parlamento.

No cumprimento de nosso papel enquanto Sociedade Civil Organizada trazemos as seguintes contribuições, caminhos e alertas que surgem de análises técnicas e dos sentimentos que afloram na classe produtiva quando decide investir, avançar ou esperar:

1 – Saudamos a iniciativa do Governo Federal de ouvir os Estados membros em suas prioridades a partir de três projetos estruturantes na infraestrutura, numa demonstração de acolhimento democrático;

2 – Reafirmamos a crença na Liberdade de Expressão como pilar essencial à democracia já incorporado a cultura brasileira como valor que não admite intepretações distorcidas das cláusulas pétreas da Carta Magna;

3 – Enaltecemos a geração de empregos e postos de trabalho colhidos pela Reforma Trabalhista proporcionando renda a milhões de famílias, e desta forma rejeitamos retrocessos na Lei Trabalhista com efeitos negativos já conhecidos;

4 – Reconhecemos o avanço na Lei das Estatais para evitar o uso político de sua gestão e repudiamos a proposta de flexibilização desta Lei pelos prejuízos já experimentados;

5 – Reforçamos que a Reforma Tributária será bem-vinda na simplificação para o pagamento de tributos que reduz custos, mas que não pode representar aumento líquido da carga tributária que pesa sobre os ombros de toda sociedade;

6 – Ratificamos a importância da independência do Banco Central pela manutenção dos pilares da política monetária, alicerçados sobre as metas de inflação, dólar flutuante e controle fiscal, reiterando os perversos efeitos sociais que se colhem na ausência de responsabilidade com esta política.

Com disposição e fé por tempos melhores, acreditamos que ataques a democracia se combatem com mais democracia, através da pacificação do país pelo exercício ponderado do poder, pela sensatez nas decisões e equilíbrio nas manifestações, acolhendo todos os brasileiros como essenciais para uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social, como ensina nossa Constituição Federal.