Comerciantes da região protestam contra fechamento do comércio
Comerciantes do Litoral Norte foram até a frente do Palácio do Piratini, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (10), protestarem contra o fechamento do comércio (não essencial). Além disso, os empresários exigem o retorno das atividades de alimentação e eventos noturnos. Vale ressaltar que governador Eduardo Leite anunciou nesses últimos dias que o comércio do Estado vai seguir funcionando até às 20h. A medida é válida até o dia 31 desse mês.
A concentração dos manifestantes ocorreuao lado da Guaíba Car, localizada às margens da ERS-030, em Osório. Por volta das 12h, dezenas de carros partiram em direção a capital gaúcha. O ato teve início às 14h e contou com a presença de comerciantes de Porto Alegre, da região Metropolitana, além é claro, do Litoral. Além de Osório, também havia empresários dos municípios de Capão da Canoa, Imbé, Torres, Tramandaí e Xangri-lá.
Uma carreata contra as medidas restritivas determinadas pelo governo do Estado, que colocou todas as regiões em bandeira preta no mapa do Distanciamento Controlado, foi realizada pelas ruas de Porto Alegre em direção ao Piratini. Durante o protesto os manifestantes pediram o direito de voltar ao trabalho e a reabertura do comércio. A Rua Duque de Caxias, em frente ao Palácio Piratini e a Praça da Matriz foram tomados pelos comerciantes. Os manifestantes empunham cartazes e faixas e carros de som se manifestavam com a as palavras “Fora Leite” e “Temos o direito de trabalhar”.
No final da tarde desta quarta-feira, o governo do Estado divulgou uma nota sobre o protesto realizado: “O governo entende as manifestações contrárias às restrições para conter a disseminação do Coronavírus, mas lembra que o cenário atual da pandemia não é oportuno, do ponto de vista sanitário, para realizar aglomerações”. “(…) Por fim, o governo reitera que a realização de aglomerações, com pessoas sem máscara, inclusive, em nada ajuda o Estado a superar esse momento. Pelo contrário: amplia a circulação do vírus, coloca vidas em risco (incluindo as de quem participa dessas atividades), atrasa a retomada econômica, que é de interesse de todos, e fortalece aquele que deveria ser o inimigo em comum da sociedade gaúcha: o vírus”, conclui a nota.
ABERTURA DO COMÉRCIO
Presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) de Osório e primeiro vice-presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Joel Dadda irá solicitar a abertura do comércio varejista não essencial para a próxima semana, ou ao menos o retorno do sistema pegue e leve. O presidente do Sindilojas assegura que não há nenhuma comprovação de que exista contágio no comércio. “Oferecemos total segurança, seguindo todos os protocolos exigidos, para atendermos os clientes”.
Joel, que também é empresário do segmento, relata que os comerciantes estão com dificuldade até de receber o pagamento de prestação dos clientes, já que não é possível o atendimento na porta. “O governo não fez nada durante o Carnaval e agora quer fechar tudo? A situação está complicada desde o ano passado e se continuar assim, a maioria dos lojistas vão ter que fechar as portas”, declarou Dadda.
Por outro lado Joel elogiou a nova medida que exige que os supermercados só possam realizar a venda somente do produto essencial. “Foi uma boa medida para que não haja ainda mais prejuízo aos estabelecimentos fechados que comercializam esse tipo de produto”, comentou. Entretanto, ele entende que as farmácias devem ser incluídas nessa medida.
Até o final desta quinta-feira (11), a decisão do governador Eduardo Leite de permanecer em bandeira preta por mais duas semanas continuava valendo. Com isso, segue valendo a proibição dos supermercados de vender produtos “não essenciais” e a aplicação de multa para as pessoas que utilizarem a máscara incorretamente. Vale ressaltar que o comércio essencial segue funcionando até às 20h. As medidas seguem até o dia 21 de março e valem para todas as regiões do RS, incluindo o Litoral Norte. Conforme o governador, só após esse período, o sistema de Cogestão deve retornar, porém sendo aplicadas regras mais rígidas para os protocolos da bandeira vermelha.
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