REGIÃO

Com investimento de R$ 50 milhões, concessão da Praça Central de Atlântida vira alvo do MP

Praça de Xangri-lá sofre com diversos problemas estruturais. – FOTOS: Jonathan Heckler

O anúncio de investimento privado de R$ 50 milhões ao longo de cinco anos na Praça Central de Atlântida, em Xangri-lá, tem dado o que falar. Após denúncia de uma empresa que não participou do chamamento, o Ministério Público do Estado (MP-RS) abriu apurações preliminares sobre a licitude da Concessão que gerou grande repercussão entre moradores e proprietários de imóveis na região.

Conforme o MP-RS, a tal empresa acusou “inconsistências no processo”. A Promotoria solicitou informações à prefeitura e aguarda resposta. Enquanto isso, a prefeitura de Xangri-lá afirmou que a “licitação ocorreu normalmente, não houve impugnação do edital, o município está prestando todos os esclarecimentos e, se por ventura houver alguma recomendação do MP ou de outro órgão de controle, o município irá acolher”.

CONCESSÃO

A licitação feita pela prefeitura de Xangri-lá resultou em uma única empresa interessada e vencedora: a Bier Moreira Eventos Esportivos, cujos sócios são responsáveis pelos complexos gastronômicos da marca ‘Roubadinhas’, presente na Avenida Central de Atlântida e no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre. A concessão da praça central de Xangri-lá é de cinco anos, prorrogáveis pelo mesmo período. Como contrapartida, além do investimento em calçadas, iluminação e paisagismo, a empresa pagará R$ 980 mil à prefeitura.

O projeto inclui a instalação, na praça, de um complexo gastronômico com bares e restaurantes. Haverá ainda casinhas de crepe, área para feiras de artesanato e orgânica, posto policial, chuveiros e sanitários públicos e uma roda-gigante de 25 metros de altura (esta, a partir do terceiro ano). Haverá também foco em práticas esportivas, com quadras de areia para beach tennis, futevôlei e vôlei. Duas áreas – uma coberta e a outra, ao ar livre – serão focadas em crianças. A empresa colocará também pista de caminhada e corrida.

Sobre as visões críticas ao empreendimento, a sócia da empresa, a empresária Juliana Bier, disse que o local será transformado em um espaço de convivência plural e que respeite o meio ambiente. Ela ainda ressaltou que que não haverá segregação e que a área permanecerá pública.