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CASO ZÓRTEA: PM que matou policial aposentado é absolvido

A Justiça absolveu o Policial Militar (PM) Ivan Júnior Scheffer Emerim, acusado pela morte do policial rodoviário federal aposentado Fábio Cesar Zortéa, em Torres. O caso ocorreu no dia 23 de agosto de 2021 e foi julgado na última quinta-feira (4). Na avaliação da juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt, o PM teria agido em legítima defesa. Lembrando que o Ministério Público do Estado (MP-RS) ainda pode recorrer da decisão.

Segundo o inquérito, na madrugada do dia 23/08 de 2021, um vigilante ligou para o telefone 190 da Brigada Militar (BM) avisando que dois rapazes estariam arrancando galhos de uma árvore e espalhando lixo pela rua. A Polícia deslocou uma viatura com dois agentes, que cruzaram com o veículo informado na ocorrência. Os policiais teriam dado um alerta sonoro, mas, segundo a investigação, o carro não parou.

Naquele momento iniciou-se uma perseguição que só terminou no centro de Torres, perto do prédio onde os dois jovens moravam. No local, Fábio Cezar Zortéa teria intercedido contra a abordagem, quando houve uma briga entre os policiais e a família dos rapazes. O policial rodoviário aposentado foi baleado e morreu no local. Um dos filhos de Zórtea, Fábio, foi baleado e levado para um hospital. Um policial militar ficou ferido.

Vizinhos gravaram a abordagem e da confusão. Em um dos vídeos, um policial militar aparece imobilizando um dos filhos do PRF. Um segundo PM aparece golpeando o aposentado com um cassetete. Além disso, um vigilante privado vestindo preto e usando um capacete auxilia os agentes da BM na abordagem.

Inicialmente, os filhos do policial rodoviário federal foram presos em flagrante por desacato, resistência à prisão e tentativa de homicídio. Fábio, que acabou baleado, foi hospitalizado e ficou preso sob custódia. Dias depois, a juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt, da 1ª Vara Criminal de Torres, determinou a soltura de Fábio e Luca, afirmando que eles não representam risco à ordem pública.

Além de Ivan Jr, outros três PMs foram denunciados à Justiça Militar por lesões corporais, sendo que um deles foi enquadrado em lesão corporal grave. Vale ressaltar que nenhum deles foi responsabilizado por envolvimento na morte de Zórtea.