CASO BÁRBARA:
Bárbara Andrielli Mendes de Moraes morreu após ser atingida por um carro, em um acidente de trânsito em Santo Antônio da Patrulha, em março da 2019.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) terminou a investigação interna contra três agentes que demoraram 85 horas para registrar um acidente com morte de uma adolescente, em três de março de 2019, em Santo Antônio da Patrulha. Após mais um ano, a comissão entregou, ainda no mês de abril, o processo com uma sugestão ao superintendente da corporação no Rio Grande do Sul, Luis Carlos Reischak Júnior. Ele vai decidir até o final de maio a pena a ser aplicada.
Ao longo de um ano e um mês, a PRF afirmou que foi apurada a conduta dos policiais na ocorrência por meio da “análise de documentos, mídias e uma série de diligências, incluindo a coleta de depoimento de 15 pessoas, em especial o de uma importante testemunha que demorou para ser encontrada”. Entre elas, estavam caminhoneiros e motoristas que passaram pelo local da colisão naquela madrugada (em meio ao feriado de Carnaval) e presenciaram o ocorrido.
O término da investigação foi adiado cinco vezes pela corporação. Em maio de 2019, o que ainda era uma sindicância interna ganhou o status de procedimento administrativo disciplinar após serem detectados “indícios de que tenha havido erro de conduta”, de acordo com o corregedor da PRF no RS, Leandro Wacholtz. Um dos agentes chegou a ser indiciado por prevaricação, que é quando um funcionário público deixa de realizar sua função. Depois, o nome dele foi retirado do processo principal para que responda ao judiciário federal. No indiciamento da Polícia Civil, o delegado Valdernei Tonete disse que o policial foi maleável em razão do motorista ser um médico.
INVESTIGAÇÃO
Na época do acidente, foi confirmado a não realização do teste do bafômetro no motorista, o médico Leandro Toledo de Oliveira, nem no local do acidente e nem no hospital de Santo Antônio da Patrulha, onde ele foi levado para atendimento após apresentar um ataque de asma. Em depoimento, após serem investigados, os policiais declararam que ele recusou o teste. A informação, no entanto, não consta no boletim de ocorrência, registrado na Polícia Civil 85 horas após o acidente.
Em 19 de junho, a Justiça de Santo Antônio da Patrulha tornou o médico réu por homicídio doloso eventual — quando se assume o risco de matar — duplamente qualificado e outras três tentativas de homicídio. Segundo a denúncia, “bêbado e em alta velocidade”, o acusado atingiu duas motocicletas na BR-290 (Freeway) no dia três de março de 2019, causando a morte de Bárbara Andrielli Mendes de Moraes, de 15 anos de idade.
A batida do carro do médico com as duas motos também feriu o pai, a mãe e um amigo da família da adolescente, que viajavam juntos e foram arremessados com a força da colisão. A mãe da vítima quebrou os ossos de uma das pernas e até hoje não conseguiu voltar ao trabalho.
O processo ainda está em fase inicial e não foi realizada nenhuma audiência. O médico acusado da morte da adolescente aguarda o julgamento e segue em liberdade.
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