Casamentos políticos

A medida que o calendário eleitoral vai avançando, partidos políticos tentam a qualquer custo conquistarem espaços e nichos eleitorais. Desta forma, diante do quadro de uma suposta polaridade há um frenético desespero para se fazer surgir uma terceira via. O temor da reeleição, que se pode dizer como certa de Bolsonaro, fez com que os antagônicos se revelassem não tão distantes e divergentes assim. Quando se trata de cuidar dos cofres públicos e de poder o impossível e inimaginável termina por surgir. SE assim não fosse, como explicar o casamento político do ex-presidiário e do ex-presidenciável Geraldo Alckmin ter sido o acontecimento do ano?

A popularidade irrefutável de Bolsonaro assusta a esquerda e os falsos democratas e que mesmo diante do casamento feito pelo PT ainda se discute a terceira via para quem sabe resgatar votos dos descontentes e da rejeição de ambos. Nesta briga de poder agora surge a possibilidade de uma puxada de tapete no egocêntrico Dória que ainda se considera político de expressão. Somente seus pares assim consideram e mesmo assim já há quem discorde e busca a aglutinação com o MDB, União Brasil e PSDB. Aos poucos estão todos se juntando para formar um frentão contra Bolsonaro, pois acabar com as mamatas e a corrupção endêmica no governo criou muitas viúvas do dinheiro público.

Estes três partidos que estão colocando em xeque a candidatura de Dória, somados reúnem alguns bilhões de reais do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral. Com isto não faltará dinheiro para uma campanha bilionária, disposta a compra uma eleição onde teremos um temeroso presidente do TSE Alexandre de Moraes que não joga nas quatro linhas. Este ministro certamente é o que está fora de campo, jogando no tapetão tudo que pode para coibir o avanço eleitoral de Bolsonaro e até mesmo torna-lo inelegível. Este certamente poderá ser o primeiro ministro do STF a ser cassado pelo Senado Federal caso a renovação da casa seja avassaladora. Aliás a renovação será grandiosa na Câmara dos Deputados e por certo será no Senado a partir do fato que o presidente Bolsonaro irá apoiar nomes para compor estas duas casas. Isto quer dizer que candidato para pegar carona com Bolsonaro terá de estar com os pés limpos antes de entrar no carro eleitoral.

A terceira via já se mostra o caso de ser um casamento do tipo “Dona Flor e seus Dois Maridos”, pois unir tantos partidos numa só candidatura representa ser uma festa de sacanagem. O MDB adora um casamento de conveniências, tanto quanto assim era o extinto PFL. Fora raras oportunidades que o maior partido do Brasil optou por candidato próprio, buscando mais ser padrinho ou apadrinhado de quem assume o governo. Já o União Brasil, através de Luciano Bivar (quem não conhece este nome só lembrar do PSL, partido pelo qual se elegeu Bolsonaro e depois revelou um grande laranjal nos recursos do Fundo Eleitoral), busca sobreviver a derrocada do partido que vai voltar a ser nanico no Congresso ou até sumir do caixinha do Fundo Partidário.

O PSDB que já perdeu Alckmin para o PSB e que logo foi ter um caso com o Lula, abriu um grande racha por ocasião das prévias onde Dória sagrou-se “vencedor”. Uma leve experiência do que pode ocorrer nas eleições com as urnas eletrônicas que não terão o comprovante de voto impresso. Nestas prévias Eduardo Leite poderia ter sido o candidato melhor aquinhoado para concorrer uma vez que Dória destruiu sua popularidade em São Paulo durante a pandemia e o pior foi ainda se insurgir contra o Governo Federal.

Ao que tudo se encaminha estes casamentos políticos nem vão chegar perto do altar, seja pelo fato da noiva(o) não aparecer durante a cerimônia ou os padrinhos vão armar barraco no altar. Mas o pior de tudo será se o Juiz de Paz resolver fugir das quatro linhas e fazer pulsar os algoritmos provocando um tumulto na comunidade.