CAPITAL EM COLAPSO

Desde 1941 quando foi a maior enchente já vivida pela capital e que gerou a construção do dique da Mauá foi justamente nesta mesma época quando choveu 22 dias entre o mês de abril e maio daquele ano. Assim para prevenir este tipo de evento, foram instalada dezenas de casas de bombas e o dique para evitar a inundação vivida.

Ao longo de décadas foi sendo discutida a destruição da barreira para inserir o cais do porto ao paisagismo da capital. Mesmo antes de decidir se isto seria feito muitos investimentos foram realizados na orla para criar uma área de lazer ao portoalegrenses e que seria também um ponto turístico relevante da cidade. No entanto, os anos de 2023 e 2024 demonstraram um crescimento do volume de águas em decorrências das chuvas nas principais bacias hidrográficas que cobrem praticamente a maior parte do Estado. As bacias do rio Taquari, Jacuí, Sinos e Cai todas desaguam no complexo lagunas do Guaíba. Assim, o excesso de chuvas nestas bacias pode afetar a região metropolitana como se está constatando, mesmo que nesta não caía uma gota de chuva.

 A descida das águas foi de forma rápida e felizmente não de forma destrutiva como uma forte correnteza ou avalanche, mas surpreendeu os moradores e às autoridades que foram lentas para as ações preventivas e de salvamento. O Estado já tinha as informações uma semana antes de que o volume de chuvas por todo estado era intenso e assim como no ano passado o que se percebe é quem nem o governo e os prefeitos acreditavam que a previsão meteorológica fosse realmente tão catastrófica. Desconsiderou-se de que no ano passado as enchentes que ocorreram nestes mesmos rios e se repetiram ainda em janeiro atulharam o leito natural que já tinham problema de assoreamento.  Alguns prefeitos por onde os rios passam já falavam da necessidade de dragagem, mas infelizmente a burocracia e a turba do meio ambiente emperravam qualquer tratativa neste sentido, algo quase como que semelhante a dragagem da Lagoa do Marcelino onde se coloca inúmeros impeditivos. Este assoreamento agora pirou mais ainda, pois são casas, pontes, geladeiras, carros caminhões e tudo o que se pode imaginar que a cheia carreou para o leito do rio.

O estado e a capital dos gaúchos agora vivem este drama por falta de empenho para um estudo neste sentido e colocar em prática, por que a natureza quando avisa, já está chegando com a chuva. As barreiras devem sem mantidas e ampliar as casas de bombas de modo a que seu funcionamento por geradores elétricos suspensos possam manter o bombeamento e assim evitando esta tragédia anunciada que está a capital vivenciando.

A força das águas arrasou quase 70% das cidades do estado. Praticamente um milhão de pessoas estão sendo atingidas e outras milhares desabrigadas. Isto sem falar que o número de mortes poderá ultrapassar a muito mais de 100 pessoas. Há muitos desaparecidos e ainda sem condições de realizar um levantamento da quantidade animais domésticos e de bovinos, equinos e outros que não há via como salvar a todos.

Ao que tudo indica o Governo Federal realmente deverá se empenhar para que sejam agilizadas as condições para que os recursos cheguem para amenizar e reconstruir a infraestrutura rodoviária, escolas e tantos outros prédios públicos destruídos. À população financiamentos subsidiados para que possam reconstruir suas casas e quem sabe até planejar morar em outro ponto mais elevado das cidades evitando as áreas de risco que podem condicionar o financiamento a esta mudança. Há muito o que fazer, mas salvar vidas como tantos civis e empresários, atores, cantores e influenciadores estão salvando dentro de suas possibilidades, pois depois de salvar das águas tem de salvar da fome, das doenças decorrentes das águas poluídas, da sede, o frio, até que as águas baixem e se possa planejar o retorno destas às suas moradias e se recuperarem para uma se encaminhar para a normalidade.

O povo gaúcho é resiliente e com o apoio e ajuda humanitária vinda de outros estados conseguiria superar deste momento difícil. Ficará o trauma da catástrofe e os portoalegrenses jamais esquecerão estes dias difíceis pelos quais estão passando com o colapso no fornecimento de água potável e de energia elétrica e de mobilidade. Que o patrão celestial nos abençoe e dê força para supera a todo este momento lamentável que afeta os gaúchos.