Aumento das exportações na indústria gaúcha em maio ameniza perdas acumuladas em 2023
Com faturamento de US$ 1,4 bilhão, a indústria de transformação gaúcha teve um crescimento de 3% em suas exportações em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado ocorre principalmente por causa das quantidades vendidas ao exterior, que subiram 7,7%, ao contrário dos preços médios, que caíram 4,4% em relação a igual período de 2022. “Apesar desse aumento nas vendas externas da nossa indústria em maio, convém destacar que as perdas nos cinco primeiros meses de 2023 ainda não foram recuperadas, assim como continua a retração disseminada entre os setores exportadores gaúchos”, alerta o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry. A queda acumulada nas exportações no setor é de 0,6% na comparação com janeiro a maio do ano passado.
O resultado no mês passado, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostra que a média móvel de 12 meses, tanto da receita quanto do índice de quantidades exportadas, continua com tendência de baixa. Dos 23 setores exportadores da indústria de transformação gaúcha, apenas nove apresentaram avanço na receita de exportações, ante o mesmo mês de 2022. Segundo o presidente Petry, embora tenha havido um pequeno avanço na comparação interanual, o cenário externo é desafiador, em função dos efeitos colaterais provocados pelo combate à inflação nos mercados internacionais.
Ante maio do ano passado, o principal importador de produtos brasileiros, a China, encolheu 4,5% as suas compras mundiais. Adicionalmente, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, a Argentina, passa por um período conturbado com relação a sua balança de pagamentos. Novamente o país não está entre os dez principais destinos das exportações do Estado, algo que acontecia recorrentemente em 2022.
O setor do RS mais uma vez com maior faturamento, o de Alimentos, apresentou receita de US$ 565,6 milhões em maio (+US$ 147,1 milhões ou 35,2% de aumento). Sendo que China, Tailândia e Índia foram os principais mercados consumidores. O produto mais embarcado foi farelo de soja (US$ 203,2 milhões no total), avanço de 220,7% em relação a maio do ano anterior. Já carne de frango in natura, mesmo tendo se mantido como o segundo produto com maior faturamento de exportação do setor (US$ 68,8 milhões), apresentou retração de 57%. A demanda chinesa focou-se principalmente em carne de suíno in natura.
Em segundo lugar, o setor de Tabaco faturou US$ 148,2 milhões (+US$ 41 milhões ou +38,3%). Bélgica, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos foram os principais destinos dos embarques. O terceiro setor com maior destaque, o de Máquinas e equipamentos apresentou retração, mesmo com faturamento de US$ 111 milhões (-US$ 8,3 milhões ou -6,9%). A Argentina foi o principal comprador dos produtos do setor, seguida do Paraguai e Estados Unidos.
IMPORTAÇÕES – Por outro lado, o Rio Grande do Sul importou US$ 1,3 bilhão em produtos em maio, redução de US$ 94,2 milhões frente ao mesmo mês de 2022, com os preços médios dos produtos importados pelo Estado retraindo 3,5%. O produto mais demandado do mercado externo foi óleo bruto de petróleo (US$ 323,9 milhões). Do total de produtos importados, 72,8% pertencem à indústria de transformação.