POLICIAL

Atleta é assassinada por ex-companheiro

Maraline Pardim foi morta a tiros na manhã de sexta-feira (6), em Santo Antônio da Patrulha. A atleta de Queda de Braço, de 45 anos, chegou a ser socorrida e encaminhada para Hospital do município, mas, devido aos ferimentos acabou falecendo. Durante o atendimento, a vítima chegou a relatar aos policiais que teria discutido com o ex-companheiro e que, enquanto a mulher arrumava as malas para ir embora, ele teria atirado contra Maraline pelas costas.

ENTENDA O CASO

Mara havia se separado do ex-marido em julho de 2020, quando deixou a residência do ex-companheiro sob proteção policial e pegou um ônibus com o filho em direção a São Paulo para voltar a morar com a sua família. Na época, ela obteve medida protetiva prevista na Lei Maria da Penha. Apesar da proteção judicial que proibia o homem de aproximar-se da ex-mulher, ele viajou para Indaiatuba (SP), alugou uma quitinete no município e começou a rondar a casa da mãe de Mara, chegando a ser preso em flagrante.

Com o tempo, Mara e Barbieri se aproximaram em uma relação de amizade. Em dezembro passado, Barbieri propôs levar o filho, de nove anos, para a praia, no Litoral paulista. Como o menino só aceitava ir se a mãe fosse com ele, os três acabaram viajando para a praia, onde passaram cerca de cinco dias. A partir daí, surgiu um novo convite: Barbieri se ofereceu para levar a criança para Santo Antônio da Patrulha para ver a avó, que estava com saudade do neto. Novamente, Mara precisou arrumar as malas e os três viajaram juntos, de carro, fazendo paradas no Paraná e em Santa Catarina. No entanto, ao chegar no município do Litoral Norte gaúcho, Maraline não teria encontrado local para se hospedar, ficando na casa do ex-companheiro.

Após buscas, o suspeito de 62 anos, identificado como Luiz Antônio Barbieri, foi preso e levado à Delegacia de Polícia (DP) para registro de ocorrência. Conforme a delegada Amanda Andrade, responsável pelo caso, o homem resolver permanecer em silêncio durante o interrogatório. Ele foi conduzido ao sistema prisional, onde permanecerá a disposição da Justiça enquanto durarem as investigações.

Já a criança foi levada provisoriamente para a casa da avó paterna, em Santo Antônio Após, um dos tios viajou às pressas para o RS e levou o menino de volta para a casa dos familiares da mãe, no interior paulista. Conforme a Polícia, a criança ainda não foi ouvida, em razão da necessidade de acompanhamento especial. Contudo, o menino teria dito a conselheiros tutelares ter presenciado o crime. A conselheira tutelar Amanda Andrade disse que o menor chegou a relatar que o pai teria atirado nas costas da mãe, sendo ele o responsável pelo pedido de socorro.

Segundo a Prefeitura Municipal de Santo Antônio da Patrulha (PMSAP), Mara conquistou diversos títulos nacionais e internacionais de Queda de Braço. Por nota, a PMSAP se solidarizou com familiares da vítima pela morte da atleta, que representou Santo Antônio em “importantes competições nacionais e internacionais”, sendo premiada e trazendo muito orgulho para a população patrulhense.

O prefeito Rodrigo Massulo, conhecia Mara dos tempos em que ele era vereador e ela ainda morava no município. Ele disse que mantinha contato com a atleta, intermediava reuniões com a gestão municipal e divulgava o trabalho da profissional como forma de incentivar o esporte. Massulo ainda afirmou que recebeu uma ligação de Mara na quarta-feira (4), mas não conseguiu atender porque estava em um compromisso. Segundo o prefeito de SAP, a atleta queria agendar uma visita na prefeitura, a qual nunca mais irá acontecer. “Ela era uma pessoa muito amiga de todas, bastante conhecida na cidade, morou aqui por muito tempo. O que mais choca é o fato de pegar a vítima de costas e em frente ao filho. A comunidade está muito chocada e revoltada”, disse.

O velório de Mara ocorreu no domingo (8), em Indaiatuba (SP), sendo o sepultamento realizado no Cemitério Parque dos Indaiás.

Foto: Divulgação