Asilo em Xangri-Lá é interditado após registro de maus tratos
O Ministério Público (MP) interditou a Casa de Repouso Renascer. O lar de idosos foi fechado (provisoriamente), após denúncias de maus tratos aos internos. Na última quinta-feira (19), os agentes do MP, juntamente com a Polícia Civil, a Brigada Militar (BM), a Vigilância de Saúde do município e do Estado, estiveram no local para fiscalização. A Operação foi coordenada pelo delegado Juliano Aguiar.
Na casa foram verificadas diversas irregularidades no âmbito sanitário, como a insuficiência de equipe técnica para atender os 22 idosos que lá se encontravam. “No último relatório, em setembro deste ano, a instituição havia informado que havia 14 residentes”, relata a promotora de Justiça Luziharin Carolina Tramontina. De acordo com ela, havia dispensação de medicação sem as devidas receitas médicas; estoque de medicamentos para sedação também sem prescrição, havendo forte indício de que eram utilizados para acalmar e dopar os idosos, de modo a diminuir o manejo; insuficiência de alimentação a eles dispensada.
“Os pacientes foram vistoriados um a um pela equipe de saúde da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e eles apresentavam estados precários, inclusive idosos com lesão grave de pele, além de anemia severa detectada no momento do exame”, conta Luziharin. Com o fechamento do local, os idosos foram encaminhados para as suas famílias ou instituições de referência, após prestarem depoimento na Delegacia de Polícia.
Segundo o MP, o estabelecimento não contava com camas suficientes para atender todas as pessoas que estavam no local. Além disso, a instituição estava atuando de forma irregular também na medida em que, além de ter residentes, recebia idosos em regime de “Day care”, o qual é proibido por decreto Estadual, devido à pandemia. O Day Care para idosos ou Centro Dia para idosos tem por objetivo promover a saúde física, mental e social da 3ª idade. Nesta modalidade o idoso passa o dia com atividades durante todo o período, e a noite, retorna para o convívio do seu lar.
Conforme a promotora, “o Ministério Público ainda buscará, judicialmente, a interdição em definitivo da Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e a declaração judicial de impossibilidade, tanto da instituição quanto de seus sócios e colaboradores, que trabalham em sistema de economia familiar, para que não mais voltem a operar neste tipo de atividade, em virtude do flagrante de agressões à dignidade da pessoa humana verificadas durante a vistoria”, afirmou Tramontina.
Foto: MP