Após surto de intoxicação no Litoral, Vigilância Sanitária interdita fábrica de picolés

Após surto de intoxicação no Litoral, Vigilância Sanitária interdita fábrica de picolés

Um surto de intoxicação alimentar tem atingido o Litoral Norte gaúcho, mais precisamente o município de Xangri-lá. Segundo a Secretaria de Saúde local, mais de 100 pessoas procuraram atendimento médico entre o último sábado (17) e esta segunda-feira (19), apresentando sintomas de diarreia e vômito. De acordo com a pasta, aproximadamente 80% dos pacientes são crianças.

Imediatamente foram descartadas as possibilidades de contaminação pela água e por Coronavírus, visto que nenhuma das pessoas apresentou sintomas gripais e apenas uma registrou febre. A principal hipótese é de que o surto teria sido causado por uma bactéria presente em picolés, vendidos por ambulantes. Vale destacar que uma parcela dos pacientes relatou que havia comido o produto da marca Frutibom, antes de apresentarem os sintomas.

Amostras do produto foram fornecidas para a secretaria e foram enviadas na terça-feira (20) para o Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen), em Porto Alegre. Conforme o secretário Luis Antônio Ferreira, o resultado dos exames deve sair até a próxima segunda-feira (26). Ainda na terça-feira, os agentes do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e da Secretaria de Saúde solicitaram a interdição cautelar de todos os produtos gelados comestíveis da empresa Caliston Otoniel Oliveira, marca Frutibom.

O que diz a empresa?

Segundo Cáliston Otoniel Oliveira, filho da proprietária da Frutibom e representante da empresa, picolés da marca são vendidos somente em Sapiranga. “Nosso picolé nem chega nas cidades do Litoral Norte. Não temos o controle de quem compra nossos produtos e revende em outros municípios”, afirma ele, destacando que foi feita uma coleta dos produtos utilizados para a produção dos picolé e um laudo laboratorial deve sair até essa sexta-feira (26).

Ainda segundo Cáliston, a empresa está sendo responsabilizada já que é a única que tem todos os dados, como telefone de contato e endereço, nas embalagens dos produtos revendidos. “Vamos reverter essa situação com o laudo que sairá nessa sexta-feira (26) pois tenho certeza que nosso produto não é o causador de tudo isso”, finaliza ele.

A recomendação da Vigilância Sanitária é que não haja o consumo desse produto. Em caso de inserção do mesmo e apresentar mal estar, a pessoa deve contatar a Vigilância de Saúde do município e se dirigir a um posto médico mais próximo. O Cevs também disponibilizou o telefone 150, caso seja necessário.

Até o momento, o número de pessoas que apresentaram sintomas como náuseas, dor abdominal, vômito e diarreia, após comer o picolé, chegou a 300. Além de Xangri-lá, foram registrados casos em Cidreira, Imbé e Torres (no Litoral Norte); Canela e Gramado (na Serra); e Sapiranga (no Vale dos Sinos).