Agência Nacional dos Transportes Aquaviários aprova pedido para construção do Porto de Arroio do Sal
O início da construção do Porto Meridional, em Arroio do Sal, está cada vez mais próximo de virar realidade. Na última quinta-feira (4), a Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou o pedido para a realização da obra. O pedido foi encaminhado pela Porto Meridional Participações S.A, empresa interessada em viabilizar o Complexo. A empresa segue aguardando as outras licenças para iniciar os trabalhos.
O investimento se dá por meio de um movimento arrojado de um grupo de empresários do Vale do Sinos, da Serra e do Norte do Estado. A perspectiva é de que Arroio do Sal receba nos próximos anos até seis bilhões de reais em investimentos no Porto. A ideia é que a estrutura seja uma alternativa em relação ao Porto de Rio Grande, especialmente em relação ao setor industrial do Norte gaúcho.
“Será um porto marítimo com nove piers e uma capacidade equivalente a Rio Grande, de 53 milhões de toneladas. É claro que o agro é hoje uma característica da economia gaúcha, mas o que o Porto Meridional proporcionará será evitar a fuga que hoje existe de exportações do setor industrial, que muitas vezes optam pelos portos catarinense”, explica o diretor jurídico da Porto Meridional, André Busnello.
O projeto construção do porto será dividido em duas etapas. Na primeira, com aporte previsto de R$ 1,3 bilhão, será garantida a estruturação principal do terminal portuário. A partir daí outros quase cinco bilhões de reais são esperados entre investimentos de empresas parceiras para as adaptações de píer de acordo com as características das futuras operações. “Temos sido procurados por diversas empresas, indústrias, inclusive para a instalação em toda a retroarea do futuro Porto. Se o processo estivesse já em um estágio adiantado, seguramente teríamos garantido uma série de investimentos estrangeiros para o Estado”, garante André.
É que, conforme o projeto da Porto Meridional, a exemplo do que acontece em Rio Grande, haverá a possibilidade de desenvolver um distrito industrial naquela área, com a industrialização de produtos que chegam ou serão enviados pelo mar. Somente na estrutura portuária, a previsão é de geração de pelo menos 2 mil empregos. E ainda haverá os possíveis empregos nas empresas que vão operar no local. “Será uma transformação total na economia local, não só de Arroio do Sal, mas de toda a região”, aponta Busnello.
PREÇO DO TERRENO DISPARA
Conforme o prefeito de Arroio do Sal, Affonso Flávio Angst (Bolão), o Porto Meridional já adquiriu 900 hectares entre o mar e a ERS-389 (Estrada do Mar), e já tem chacoalhado o mercado. O preço do hectare na região saltou de R$ 40 mil para R$ 200 mil. “Estamos nos preparando e buscando informações para não sermos surpreendidos com uma transformação repentina. Já temos a ‘certidão de nascimento’ do porto com a aprovação da Antaq, agora, é o momento de pensarmos no desenvolvimento de Arroio do Sal e de toda a nossa região”, afirmou Bolão.
Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) de Arroio do Sal foi de R$ 257,3 milhões, sendo somente o 12º entre os municípios do Litoral. A expectativa é de um salto semelhante ao que tem acontecido no município de Itapoá, no Norte catarinense, onde, desde 2011 está em operação um novo Porto. O município que tinha 14 mil habitantes no ano de início da operação do Porto, hoje tem 24 mil, e o orçamento municipal aumentou de R$ 30 milhões para R$ 200 milhões neste período. Em Arroio do Sal, atualmente, há apenas uma indústria de porte médio. Em Itapoá e arredores, 34 novas indústrias instalaram-se desde a construção do Porto.
