Acusada de matar e enterrar o marido em uma casa no Litoral vai a júri na quinta-feira
Leda Natalina Alves vai a júri popular na quinta-feira (19), a partir das 9h e 30min, na Comarca de Torres. A mulher, de 61 anos de idade, é acusada de ter matado e enterrado o ex-companheiro, Jonathan Martins de Almeida, de 33 anos. O crime ocorreu em 18/12 de 2016, no município de Arroio do Sal. Porém, os restos mortais da vítima só foram encontrados quatro anos depois, em novembro de 2020, após uma denúncia anônima.
Durante esse período, a ré teria afirmado que Jonathan havia abandonado o lar e desaparecido. Mas o homem estava mais perto do que todos imaginavam, enterrado no quintal da residência onde o casal morava, na Avenida Medeiros de Quadros. Após os restos mortais serem encontrados, com auxílio de cães farejadores, Leda acabou confessando o crime a Polícia e foi presa, em 13/11 de 2020. Ela foi encaminhada ao Presídio Estadual Feminino de Torres (PEFT), onde segue aguardando julgamento desde então.
O CASO
Segundo as investigações, a ré teria matado seu ex-companheiro após uma forte discussão dos dois. Leda desconfiava de traições com outras mulheres e também não se conformava com o fim do relacionamento. De acordo com o Ministério Público (MP), a mulher teria desferido diversos golpes na cabeça de Jonathan, com uma garrafa e, devido as graves lesões, ele não resistiu e acabou falecendo. Com o objetivo de ocultar o crime, o cadáver foi enterrado no pátio da casa onde morava e os pertences da vítima acabaram sendo descartados. Não bastasse tudo isso, dias depois do crime, visando despistar a ação criminosa, Leda chegou a se dirigir à Delegacia de Polícia (DP) para registrar o desaparecimento de Jonathan.
Conforme o MP, Leda responderá pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A Sessão será presidida pela juíza-presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Torres, Marilde Angélica Webber Goldschmidt. Pelo MP atuará o promotor de Justiça Rodrigo Berger Sander. Durante o julgamento serão ouvidas cinco testemunhas arroladas pela acusação. Já a parte da Defesa, representada pelo advogado Vitor Hugo Gomes, ouvirá dois informantes, cinco testemunhas e dois peritos.
FALTA DE PROVAS
Além de Leda, o atual companheiro dela, Antônio Leri da Silva, de 47 anos, também virou réu ao ser acusado de pelo Ministério Público pelo crime de ocultação de cadáver. Entretanto, por falta de provas, a juíza Marilde Angélica Webber Goldschmidt retirou a acusação. A magistrada entendeu que, após os depoimentos no decorrer do processo, foi possível crer que Antônio conheceu Leda após o crime, desvinculando de qualquer envolvimento com o crime. Na decisão, Marilde ainda ressaltou que isso não impede que o homem volte a ser acusado caso haja novas provas sobre o ocorrido.