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Operação da Polícia Federal cumpre mandado no Litoral

A Polícia Federal (PF) deflagrou na terça-feira (2), uma Operação para combater um grupo criminoso que age como “laranjas”, pessoas que cedem contas bancárias para receber dinheiro proveniente de ações criminosas. Conforme a PF, o montante de fraudes bancárias eletrônicas investigadas totaliza o valor de R$ 18,2 milhões.

A Operação, chamada de ‘Não Seja um Laranja’, contou com a participação dos agentes da Polícia Civil (PC) e foi realizada em 13 estados, incluindo o RS, além do Distrito Federal. Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e prisão. As ações são resultado do trabalho da força-tarefa Tentáculos, instituída para a repressão a fraudes bancárias eletrônicas. O grupo atua em cooperação com as polícias civis e as instituições bancárias, por meio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

No Rio Grande do Sul foi cumprido um mandado em Tramandaí. Segundo a PF, uma mulher, que trabalha em uma pizzaria da cidade, é suspeita de participar das ações do grupo, administrando uma conta bancária. A PF informou que a mulher não foi presa, mas teve um celular apreendido. O telefone será periciado em busca de provas contra ela, que teria recebido cerca de R$ 130 mil no esquema. Segundo a investigação, o dinheiro era depositado na conta dela e depois repassado aos criminosos, mas uma porcentagem ficava com a laranja. O nome da suspeita não foi divulgado.

A Operação teve como objetivo buscar provas — principalmente celulares e documentos — contra outras 41 pessoas apontadas como laranjas do esquema de lavagem de dinheiro em todo Brasil. Além do RS, foram cumpridos mandados nos seguintes estados: Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo. Além dos laranjas, os integrantes da quadrilha são alvos da PF. Os suspeitos podem responder pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado mediante fraude, uso de documento falso e falsidade ideológica. Somadas, as penas podem ultrapassar os 20 anos de prisão.

A Polícia Federal afirma que, nos últimos anos, detectou um “aumento considerável” na participação consciente de pessoas físicas em esquemas criminosos. Esses suspeitos “emprestam” as contas bancárias e, em troca, recebem parte do dinheiro ilícito. Segundo a PF, a participação dessas pessoas “possibilita a ocorrência de fraudes bancárias eletrônicas que vitimam inúmeros cidadãos”.

Em nota, a PF alerta a população: “Emprestar contas bancárias para receber créditos fraudulentos é crime, além de provocar um dano considerável aos cidadãos, quer pelo potencial ofensivo deste tipo de conduta delitiva, a qual tem sido um dos principais vetores de financiamento de organizações criminosas, como também pelos prejuízos financeiros a milhares de brasileiros”, diz a corporação.

Foto: PF