Projeto visa preservar pesca com botos
O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Campus Litoral Norte, e a Transpetro retomaram o projeto Botos da Barra do Rio Tramandaí. A iniciativa, que conta com apoio da prefeitura de Tramandaí, visa preservar a pesca cooperativa entre pescadores artesanais e os botos-de-Lahille, espécie de golfinho ameaçada de extinção.
Com convênio até 2027, o projeto terá um investimento de aproximadamente R$ 950 mil, sendo a área de estudo expandida para incluir o Sistema Lagunar Tramandaí-Armazém e as águas costeiras próximas à Barra, aumentando o alcance e o impacto das medidas ambientais e de conscientização. Além da pesca cooperativa, a iniciativa também dará ênfase à educação ambiental, voltada para escolas e a comunidade, destacando a importância da alimentação de qualidade e o valor cultural e imaterial da pesca com botos.
PESCA COOPERATIVA
A pesca cooperativa é uma prática rara no mundo, encontrada apenas no sul do Brasil e em partes do Sul e Sudeste asiático, em países como Índia e Myanmar. Transmitida entre gerações, essa tradição existe na Barra do Rio Tramandaí há pelo menos 120 anos, com os comportamentos sendo aprendidos e propagados entre pescadores e botos. Atualmente, 13 botos residem na Barra e participam da pesca cooperativa. Ela funciona da seguinte maneira: Os botos cercam os cardumes de tainha usando a ecolocalização e sinalizam aos pescadores o momento ideal para lançar as redes. Assim, os pescadores garantem sua pesca e geração de renda, enquanto os botos aproveitam os peixes que se desorientam e escapam das redes.
CRÉDITO
Divulgação