CASO MIGUEL: Reconstituição do crime é marcado para a próxima segunda-feira
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) e a Polícia Civil marcaram para a próxima segunda-feira (8), às 18h, a reconstituição do crime contra o menino Miguel dos Santos Rodrigues, em Imbé. A ação, denominada oficialmente como reprodução simulada dos fatos, busca reconstituir os eventos conforme os depoimentos colhidos no inquérito, a fim de avaliar se os fatos possam ter acontecido da forma como foram narrados pelos participantes ou não.
A mãe do menino, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e a companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa, são acusadas de homicídio, tortura e ocultação de cadáver. Segundo o IGP, a realização desta perícia é condicionada à participação de ao menos uma das investigadas.
O advogado de Yasmin, Jean Severo, diz que sua cliente não deve participar da reconstituição. Já a advogada de Bruna Nathiele, Helena Von Wurmb, informou que a madrasta deve participar já que foi liberada pelos médicos que avaliaram a saúde mental dela. Vale ressaltar que Bruna recorre da decisão do magistrado que, conforme laudo pericial, concluiu que ela é plenamente capaz de entender o caráter ilícito de seus atos. A ré passou por avaliação psicológica em razão da instauração de incidente de insanidade mental.
Além da reprodução simulada dos fatos, as audiências de instrução devem ocorrer em 18 e 19 de novembro, na 1ª Vara Criminal de Tramandaí. O interrogatório das rés deve acontecer no dia 19. Além delas, serão ouvidas em turnos diferentes 23 testemunhas: 20 convocadas pelo Ministério Público, sendo uma delas em comum com Yasmin, e três pela defesa de Bruna.
COMO FUNCIONA A RECONSTITUIÇÃO
A reprodução simulada dos fatos é dividida em três partes, segundo o IGP: a preparação, quando a equipe estuda o inquérito e as demais perícias realizadas; a oitiva dos envolvidos, realizada na repartição policial; e o trabalho no local dos fatos, quando os participantes narram o que viram para os peritos envolvidos. Por isso, as atividades podem ocorrer em um ou mais lugares, conforme a descrição dos envolvidos. Neste caso, o trânsito será bloqueado e haverá segurança no entorno da casa onde as rés e o menino moravam, assim como das vias que acessaram naquela madrugada e o local onde o corpo foi supostamente jogado.
O resultado dessas três etapas é descrito e analisado em um laudo pericial, com o objetivo de comprovar ou descartar a viabilidade das versões. Além disso, desde os primeiros dias após o desaparecimento de Miguel, equipes do Departamento de Criminalística estiveram nas duas moradias frequentadas pela criança em busca de vestígios, como as marcas de sangue que foram identificadas na parede de um dos cômodos.
Também foram recolhidos objetos, analisados pelo Departamento de Perícias Laboratoriais (DPL), como uma camiseta infantil de cor vermelha, que tinha sangue da vítima na roupa. Já a perícia feita na mala, que teria sido usada pelas duas acusadas para transportar o menino até o rio, comprovou que o material biológico pertencia ao menino.
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