EDITORIAL

TERRITÓRIO DE FACHIN

Desde 2020 as forças policiais cariocas estão impedidas de realizarem operações de combate ao tráfico e à criminalidade nos morros cariocas. A proibição veio a partir de decisão do ministro Edson Fachin atendendo pedido de ONGs, coletivos e movimentos sociais ligados às favelas do Rio e a mães de vítimas das ações policiais que processam o Estado do Rio de Janeiro pela sua política de segurança. A ADPF 635 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), conhecida como “ADPF das Favelas” foi proposta pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) e construída coletivamente com Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Educafro, Justiça Global, Redes da Maré, Conectas Direitos Humanos, Movimento Negro Unificado, Iser, IDMJR, Coletivo Papo Reto, Coletivo Fala Akari, Rede de Comunidades e Movimento contra a Violência, Mães de Manguinhos. Em decisão liminar o ministro acolheu pedidos de liminares considerados importantes. Em nova ação cautelar das entidades e do PSB foi pedida a suspensão de ações policiais nas favelas durante a pandemia, salvo hipóteses absolutamente excepcionais. Assim os órgãos de segurança ficaram amordaçados para o combate ao crime, justamente onde ele está presente, principalmente o tráfico de armas e drogas.

Esta decisão liminar permitiu a bandidos de vários pontos do país a encontrarem um refúgio seguro para a livre prática e logística do crime. Os morros cariocas e favelas já são dominadas pelo crime e a criação deste “país de refugiados da polícia” foi o melhor que poderia acontecer à bandidagem. A política, o tráfico e os jogos de azar no Rio de Janeiro ocorrem desde os tempos de ex-governador Brizola e de lá para cá, muitos políticos tem surgido deste meio e financiado pelo tráfico.

As famílias pobres que vivem nas favelas estão a mercê da bandidagem e que muitas vezes são mandadas para protestos para impedir a ação policial e assim a imprensa carioca criar a imagem de polícia assassina. Isto ocorre quando numa ação policial um inocente é jogado na linha de frente para ser vítima sendo atingido por balas da polícia. Mas quando a guerra é interna das facções, são apenas balas perdidas e parece que a morte de inocente não tem o mesmo valor para a imprensa carioca.

O esquema de corrupção e de domínio de facções pelo tráfico e milícias está se espalhando pelo país. Isto já vem acontecendo no Nordeste em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte. E esta mazela já está chegando forte em nosso estado. Isto fica fácil de entender quando vimos o grande número de homicídios na cidade de Rio Grande, como já aconteceram no Litoral Norte e por vezes acontecem na capital e na região metropolitana. As mortes são de traficantes matando traficantes, mesmo havendo o elevado número de apreensões de drogas e pessoas ligadas ao tráfico pelo Polícia. Aqui no litoral haviam duas facções do tráfico e uma destas foi eliminando a concorrência como o que aconteceu alguns anos atrás com vários homicídios de pessoas ligadas ao tráfico. Osório já tem uma facção dominante no tocante às drogas e mais recentemente partiu para o comando do jogo do bicho e já existem rumores de que já estão venderem proteção a empresários.

Esta crescente ascensão do tráfico no Estado em muito se deve as fronteiras abertas e o comércio de armas e ser um corredor de exportação de drogas para outros mercados. Falta o amparo à polícia para dotar todo o parado para investigações, bem como de armamento que faça frente ao arsenal da bandidagem. Mas se a comunidade não auxiliar os órgãos policiais com denúncias fatalmente iremos chegar ao ponto do hoje se vive no Rio de Janeiro e sendo mais um território criado e estilo Fachin. Se o povo não buscar ter segurança para todos certamente não saberá onde irá encontrar, sendo mais uma vítima da ação de bandidos. DENUNCIE. Disque 181 e o sigilo é garantido do informante.