RS é considerada área de risco para o contágio da febre amarela, diz Secretaria

SES emitiu alerta para os municípios e recomenda a vacinação

Número de casos da doença cresceu no Brasil e motivou recomendações | Foto: Wilson Dias / ABr / CP

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs/RS) emitiu um alerta epidemiológico sobre a febre amarela, com recomendações aos municípios gaúchos. O documento traz orientações de controle da presença do vírus e de atualização vacinal da população sem vacina ou com esquema incompleto. Orienta também para a imunização de pessoas que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, dentro de áreas com recomendação de vacinação e/ou circulação do vírus amarílico.

O aumento de casos suspeitos de febre amarela no país aumentou o alerta da população gaúcha e gerado dúvidas em relação à imunização. A maior parte do Rio Grande do Sul, com exceção da faixa do Litoral Norte, é considerada área de risco para o contágio da febre amarela. Assim, a vacinação é recomendada. A dose está disponível nos postos de saúde. No país, o alerta cresceu diante do aumento de ocorrências em Minas Gerais, onde já foram notificados 152 casos e 47 mortes suspeitas em 26 municípios.

Seguindo os procedimentos da Secretaria Estadual de Saúde do RS, Porto Alegre emitiu na semana passada atualização sobre os procedimentos diante da febre amarela. Uma das recomendações é que a populaçãpo atualize a sua situação vacinal, além da imunização aos viajantes para áreas de recomendação. Ela deve ser realizada no período não inferior a dez dias da sua viagem.

Segundo a coordenadora do núcleo de imunização da Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Raquel Barcella, ainda não foi possível notar um avanço na procura pela vacina. Porém, houve um crescimento considerável de busca de informações sobre a doença nos últimos dias. Em 2016, foram aplicadas 36.024 mil doses da vacina na população de Porto Alegre. No setor de imunização do Centro de Saúde Santa Marta, no Centro, a procura tem sido crescente nos últimos dias.

Ela explicou ainda que praticamente todos os postos de saúde da Capital têm salas de imunização abertas. Para receber a dose, as pessoas deverão apresentar o documento de identificação (obrigatório) e a carteira de vacinação. Raquel ressaltou ainda que é importante que as pessoas guardem a carteira de vacinação, especialmente para que seja possível acompanhar o histórico, especialmente no caso da febre amarela, em que são necessárias a aplicação de duas doses.

A principal preocupação com o avanço da doença é pela sua gravidade. A febre amarela não é contagiosa, mas transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela. Os sintomas iniciais envolvem febre de início súbito, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Nos casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer. Se não tratada rapidamente, a febre amarela pode levar à morte em uma semana.

Vacinação

A vacina contra a febre amarela é oferecida no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Entre as medidas de controle está o alerta às vigilâncias ambientais dos municípios, para que orientem a população sobre a importância da notificação imediata, às respectivas secretarias municipais de Saúde, sempre que encontrarem macacos mortos. Estas ocorrências precisam ser investigadas, pois podem indicar que o vírus está circulando em determinada região.

O vírus da febre amarela se mantém naturalmente em um ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres. O Ministério da Saúde realiza a vigilância de epizootias desde 1999, com objetivo de verificar e antecipar a ocorrência da doença. Assim, é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas, e evitar a urbanização da doença, por meio do controle de vetores nas cidades.