REGIÃO

Rota do Sol vai receber passagem de anfíbios

A Secretaria Estadual de Logística e Transportes, por meio do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), iniciou na terça-feira (26), a construção de passagens de anfíbios na ERS-486 (Rota do Sol), em Itati. Ao todo, vão ser colocadas cinco estruturas aéreas. Vale ressaltar que, antes já haviam sido construídas passagens subterrâneas em trechos da rodovia. A obra deve ficar pronta na primeira quinzena de novembro.

Conforme o diretor-geral do Daer, Luciano Faustino, vão ser investidos cerca de dois milhões de reais em ações de proteção à fauna na Rota do Sol. Além das travessias, está previsto um estudo, o qual consiste na avaliação da efetividade nos dispositivos. Essa etapa ocorrerá no período entre a Primavera e o Verão, quando os animais estão mais ativos”, declarou Faustino.

Segundo a superintendente de Meio Ambiente do Daer, Josani Carbonera, “as novas travessias complementam os equipamentos para proteção à fauna existentes no segmento da Reserva Biológica Mata Paludosa e compõe um complexo inédito no país voltado à travessia de anfíbios, que conta, ainda, com cercas-guias para a condução dos animais para essas estruturas”.

De acordo com a engenheira, os equipamentos foram propostos pela empresa Biolaw Consultoria Ambiental, contratada em 2017 pelo Daer para um estudo de monitoramento de fauna na Rota do Sol. A pesquisa, realizada durante seis meses, apontou o alto índice de atropelamento de animais, inclusive de espécies que estão em risco de extinção (conforme Decreto Estadual de 2014): a perereca-castanhola (Itapotihyla langsdorffii), perereca-risadinha (Ololygon rizibilis) e perereca-macaca (Phyllomedusa distincta). Esta última é encontrada no país apenas na Mata Atlântica, nos estados do RS, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

“Ao se deslocar de um lado para outro da rodovia para se reproduzir e buscar recursos, como alimentos, esses anfíbios acabam sofrendo acidentes”, explica o biólogo Luiz Carlos Leite. “Dentre eles estão espécies com hábitos terrestres e aéreos, por isso a necessidade de disponibilizarmos estruturas de passagens de fauna adaptadas para essas movimentações” acrescenta Luiz Carlos.

Foto: Daer