Nesta terça-feira (12), o risco-país do Brasil recuou ao menor patamar em 11 meses. Durante a tarde, o CDS de cinco anos chegou a ser negociado a 296,683 pontos. Trata-se da primeira vez, desde 4 de agosto do ano passado, que o papel é cotado abaixo dos 300 pontos, segundo a Bloomberg. O CDS (Credit Default Swap) é uma espécie de seguro contra o calote de dívidas públicas ou privadas. Quanto maior a pontuação, maior é o risco atribuído ao tomador de recursos. “O que está puxando o CDS é, fundamentalmente, o câmbio”, explica Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. Isto porque o CDS, mesmo sendo um mecanismo de defesa de juros, não possui lastro em outros títulos, como é o caso do Embi (Emerging Markets Bond Index), criado pelo JP Morgan para acompanhar o retorno de títulos de dívidas dos emergentes. Por isso, a principal variável que mede o humor dos investidores com o Brasil (e de outros emergentes) é a cotação da moeda. “É no câmbio que deságua todas as expectativas”, diz Vieira. Assim, em linhas gerais, as variáveis que ditam o comportamento da taxa também ajudam a entender o risco-país. Perspectivas – No cenário interno, a mudança de governo (ainda que interino) e os primeiros passos do ajuste fiscal aumentaram a boa vontade dos investidores em relação ao Brasil, a ponto de muitos economistas preverem uma queda ainda maior do dólar se for confirmado o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff – algo que deve ocorrer em agosto ou início de setembro.