EDITORIAL

Retorno ao século XX

Nas décadas de 70 e 80 houveram duas grandes crises que fizeram preços subirem de forma assustadora. Foi nestas épocas que a inflação beirava os 100% ao mês e realizar aplicação financeira no Overnight era uma grande fonte de renda para bancos e para quem conseguia economizar algo para colocar “a render”. A economia andava de ré e a loucura financeira e a desvalorização da moeda eram constantes onde se cortava zeros e mudava de nome. Era o Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real e as ORTNs até surgir o Real. As grandes crises eram a falta de papel devido a derrubada de matas e que mais tarde passou a ser autossustentável com o plantio de árvores. Também naquela época surgiu a notícia bombástica de que o petróleo iria acabar e seria o caos e os preços novamente dispararam. Foram duas grandes crises que foram contornadas, pois o petróleo até hoje não acabou e há imensas reservas mundo afora. O Brasil tem imensas florestas resultantes do cultivo de eucalipto para celulose e o papel deixou de ser problema.

Falar em ecologia naquele tempo era algo de utopistas, viajantes do espaço ou algo que não merecia tanto crédito apesar de combatíveis ecologistas da época como José Lutzenberger aqui em nosso estado. Tudo era muito insipiente, mas a esquerda tomou para si este assunto e passou a usar o meio ambiente para barrar o desenvolvimento, sem apontar soluções ou ao menos se preocupar como a população que crescia vertiginosamente iria se sustentar. A agricultura foi sendo vilipendiada, primeiro pelo uso excessivo de produtos químicos (Japão sempre usou cinco vezes mais por há) e que envenenava os alimentos. O desmatamento para produção agrícola foi compelido com as frequentes reservas ecológicas e a obrigatoriedade de reserva ambiental na área particular do agricultor. Assim a produção agrícola não podendo expandir a área com o auxílio da Embrapa ampliou a produtividade e técnicas de cultivo de menos agressão ao solo, além de plantas mais resistentes a doenças e a necessidade menor de inseticidas e algicidas.

Depois da década de 90 o agro brasileiro foi se tornando o celeiro do mundo e isto reascendeu os movimentos “ecológicos” de proteção da Amazônia, dos recursos hídricos e outros. O agro brasileiro superou com tecnologia de ponta, expandiu fronteiras agrícolas sem necessidade de desmatamento e o aproveitamento do centro-oeste no cerrado. Diante de tudo isto restou ao mundo movimentar-se para a amazônia e sua “proteção”. Milhares de ONGS surgiram e a exploração ilegal estrangeira iniciou. Países como a Franca, Alemanha, Nova Zelândia e outros financiam estas ongs e assim dizem ao mundo que estão protegendo a floresta que estão roubando.

Agora, depois da pandemia, o mundo se volta ao passado. Viu cidades sem as nuvens de poluição, a valorização da água e dos alimentos, muitos deles produzidos no Brasil. Para piorar a situação vemos a Rússia e Ucrânia travarem uma guerra que está impactando tanto quando a pandemia. A Rússia cortou fornecimento de gás e petróleo a Europa, A Ucrânia não pode exportar seu trigo e outros produtos e a correria fez ecologistas enlouquecerem e perceberem o quanto o petróleo é importante e a produção agrícola que alimenta ao mundo.

Mas a grande lição que nos remete ao século passado é o fato de que países altamente conscientes da proteção do Meio Ambiente estão a derrubar florestas centenárias (o que restou na Europa) para fazerem justamente o que acusam o Brasil: queimar a floresta. Lá a floresta será dizimada para servir de lenha e carvão e aqui no Brasil temos minas intermináveis de carvão mineral que não querem que seja explorado por conta do meio ambiente. A Europa vai retornar às caldeiras a carvão, aos fogões a lenha e perderam além de suas florestas a vergonha na cara.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".