EDITORIAL

QUANDO 40% REPRESENTA NADA

O País está enfrentando o colapso da desorganização da Federação protagonizada por 11 altezas do alto da sabedoria deles. Atribuir poderes a governadores e prefeitos com interesses dos mais diversos, sejam políticos, pelo poder ou principalmente financeiros é um descaso com uma nação inteira. Muitos devem ter ouvido falar ou leram a estória de Ali Babá e os 40 ladrões e isto virou uma realidade no governo petista. Todos foram presos e hoje gozam de suas liberdades custeadas com dinheiro do trabalhador.

A nova estória destituiu Ali Babá e temos 11 soberanos, 23 governadores e mais de cinco mil prefeitos. Nesta turma há muitos que se salvam, mas são como lambaris em sanga de tem muita traíra. A viúva foi saqueada por décadas e hoje se vê retirando os anéis para servir a ânsia do poder sob a veste de “salvar vidas”. Nunca na humanidade se viu demonizar medicamentos de décadas de uso em nome da “eficácia” e pela vontade de vender saúde com vacina de 50% de proteção. A medicina se curvou diante do peso da má política que relegou a população e a jogou aos leões devoradores de recursos públicos.

Bilhões foram disponibilizados aos governadores para adequar o SUS pelo que estava por vir e a farra iniciou nos hospitais de campanha, no superfaturamento de equipamentos e EPIs. Esqueceram dos medicamentos necessários aos leitos de UTI, à demanda de oxigênio (que não está bem explicada a falta deste importante insumo). Mas aqui no estado do Rio Grande do Sul o milagre aconteceu. Depois de 57 meses e durante a pandemia o governo do estado conseguiu pagar a folha do funcionalismo que está em casa “respeitando” o isolamento.

A famigerada onda de Covid veio como um tsunami neste ano, fruto da campanha eleitoral que liberalizou e se permitiu desfazer de cuidados básicos como a higienização, uso da máscara e principalmente o distanciamento. Depois quiseram controlar a nação em datas historicamente de reunião familiar e chega o verão onde o vírus tomou a praia.

Tudo que fizeram para prejudicar os trabalhadores foi realizado levando junto o empresariado, os empreendedores, os profissionais liberais, autônomos e todos aqueles que lutam pela sobrevivência e seus ganhos.

Os hospitais de campanha sumiram, os equipamentos e leitos foram suprimidos para engordar orçamento dos estados, tanto quanto o do nosso Rio Grande. Diante deste quadro apontam o governador como presidenciável e logo num momento tenso de desmandos e medidas insensatas, mas sem os investimentos necessários.

Diante do recrudescimento da contaminação nosso governador profere a pior frase que deveria ser dita por um político neste momento: de nada adiante investir em mais leitos de UTI por que 60% dos que lá estão morrem e somente 40% se recuperam.

Tal pronunciamento demonstra que o cidadão não tem o direito de ter atendimento decente, adequado e possível de salvar sua vida por que o índice de insucesso é considerado pífio sob a ótica do governador. Estes 40% se houvessem 10 mil leitos de UTI representariam a resposta de vida há 4 mil pacientes e se houvesse toda a medicação, EPIs além do esforço de todas as equipes plantonistas poderia até ser ampliado este percentual. Assim, cada paciente recuperado representaria um custo muito inferior ao que está sendo destinado para manter todo o funcionalismo em dia e em casa. Mas além de reduzir esta possibilidade de vida também massacra a população produtiva e a economia de nosso estado que já não era das melhores.

Quem dera que a máquina pública doasse 40% de seus vencimentos para salvar a vida daqueles que o sustentam pelo resto de suas vidas. Em breve com as decisões de fechamento do comércio logo este funcionalismo verá que o governador apenas fez um afago na busca de votos. Lamentável.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".