EDITORIAL

POBRE DA PÁSCOA OU PÁSCOA POBRE

A morte e ressurreição de Cristo tem neste período toda uma simbologia religiosa e de tradição incluindo dias de jejum e depois dias de alegria a salvação de Cristo que o transformou em símbolo da religiosidade de várias correntes, sendo a mais conservadora a Igreja Católica. Para os religiosos é um momento de introspecção, de demonstração de fé e sentimento de amor e crença. A simbologia do coelhinho da Páscoa, assim como o Natal passaram a ter conotação também comercial, sendo estas datas as de maior consumo junto ao Dia das Mães e ao Dia da Criança, datas não religiosas.

Este ano a Páscoa reservou uma realidade que se veremos cada vez mais presente nos próximos meses, os preços mais elevados em praticamente tudo. Remédios, gasolina, alimentos, pedágios, impostos e um cenário de criminalidade e crueldade que jamais imaginaríamos em nosso país como os dois recentes acontecimentos envolvendo alunos de escolas. A ascensão ao governo de um grupo de pessoas que mesmo diante de crimes contra a população e que outrora geraram badernas e uma tomada do poder originando o Regime Militar. Desta vez não tivemos a intervenção militar, mas a intervenção judicial e a liberação do narcotráfico para levar insegurança à população e instituição do caos. Até mesmo invasor de igreja e promotores que em nome do Estado laico exigem a retirada de crucifixos das salas de aula e de salas de audiência. O invasor de uma Igreja no Paraná até conseguiu com que a Justiça lhe guindasse a vaga de deputado federal. A população assiste a degradação moral que vem sendo promovida com as discussões fúteis de gênero, do se sentir, de invadir espaço masculino e feminino com as outras formas de comportamento. Algo surreal, pois Deus criou o homem e a mulher como seres diferentes, mas dentro de uma mesma espécie. As formas comportamentais são coisas criadas pelo ser humano que é o que todos são e que caba somente respeitar a individualidade de cada um e não invadir e menosprezar a natureza que tanto falam em preservar, pois também se trata de preservação da espécie humana. Uma Páscoa que podemos dizer pobre de espírito e também de condições de vida. Cristo nada tinha, não era detentor de riqueza, discriminador ou qualquer destas bandalheiras que hoje vemos vociferarem aos quatro cantos. A beleza e grandeza do ser humano está na sua capacidade de compreender de amar e respeitar o próximo seja este na condição que for. Tudo que estamos vivenciando neste momento é uma degradação do ser humano, principalmente com o avanço das drogas que há quem pensa e liberar com intuito de soltar zumbis às ruas.

Também se pode dizer pobre da Páscoa que é motivo de alegria para as crianças e alimento para a alma dos cristãos. Celebrar o advento da Páscoa é demonstrar fé e gratidão pela vida, seja esta na condição que for, sejamos pobres, remediados ou ricos financeiramente, mas podemos todos ser igualmente ricos de espírito neste momento. Nem todos assim comungam da mesma ideia, mas respeitar a crença religiosa, mesmo desconhecendo como seja seus rituais devem ser parte da compreensão humana. Vimos países socialistas defenestrando igrejas, padres, religiosas e até mesmo seus fiéis pelo simples fato de considerar que sua vontade é superior à dos demais. Minorias ou maiorias deveriam compreender que seus espaços devem ser conquistados com mérito, respeito e dignidade de um ser humano, não sendo imposto como está se pretendendo em tudo e cada vez mais dissociando o homem e a mulher, destruindo o núcleo familiar e deixando sua prole a mercê de uma formação criminosa que já está atingindo às escolas que estão cada dia perdendo mais sua capacidade de entender e estimular a criança e o jovem para a vida em sociedade.

A vida é um período curto em que temos a missão de deixar um legado que proteja a sua continuidade, seja respeitando a natureza e o meio ambiente, mas principalmente compreendendo as relações humanas, tais quais os animais que consideramos irracionais e que estão a cada dia mais próximos de todos nós.

Pobre Páscoa a que estamos vivendo, com tanta discórdia e rancor entre humanos fugindo do princípio da fé, do amor ao próximo e da civilidade. A Páscoa pobre será a primeira das outras a que poderemos estar sujeitos diante do quadro econômico brasileiro e de um governo que pensa em socializar a pobreza para se regalar-se na riqueza tomada de seus conterrâneos. Que Cristo esteja em meio de nós e ilumine e nos mostre o caminho da salvação.