Operação Cantina cumpre mandados no Litoral

Operação Cantina cumpre mandados no Litoral

A Polícia Civil (PC) deflagrou na manhã de segunda-feira (29/05), a Operação Cantina, com objetivo de desmantelar um grupo criminoso que praticava lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, além de extorsão e corrupção de menores mediante o golpe dos nudes. Segundo a Polícia, os criminosos utilizavam uma adolescente de 17 anos, de Sapiranga, para expor o próprio corpo nas conversações com as vítimas.

A Operação contou com a participação de aproximadamente 150 agentes. Ao todo, foram cumpridos 41 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão em oito cidades gaúchas (Imbé, Tramandaí, Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Porto Alegre e Viamão), além de Florianópolis, em Santa Catarina. Também foram confiscados três veículos e realizados 25 bloqueios de contas bancárias. No final, 31 pessoas foram presas. Somente no Litoral Norte, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo efetuadas duas prisões. Além disso, foi confiscado um automóvel.

INVESTIGAÇÕES

A investigação começou há 11 meses, após a detenção em flagrante de um indivíduo em Cachoeirinha. Na ocasião foi apreendida uma pistola calibre nove milímetros e um automóvel Mercedes-Benz, avaliado em R$ 160 mil. Conforme o delegado Rafael Liedtke, “a partir dessa prisão, foi constatada a existência da organização criminosa, com base nas Zonas Leste e Sul da capital e com ramificações em Santa Catarina”.

De acordo com o delegado, os criminosos entravam em contato com homens de classe média e alta, por meio de perfis falsos de mulheres jovens, em redes sociais para obter fotografias das vítimas nuas. A partir de então, eles praticavam graves extorsões nas vítimas, passando-se inclusive por delegados. “O esquema era perfeitamente delineado, com vasto material que auxiliava na ilusão das vítimas e que era transmitido entre os criminosos. Para a produção do material, os investigados inclusive aliciavam adolescentes, que mandavam fotografias, áudios e vídeos sob remuneração e até mesmo sob ameaças”, detalhou Liedtke.

A segunda etapa do golpe era a receptação dos valores obtidos com as extorsões, sendo cooptados terceiros para a pulverização do dinheiro e retorno do mesmo às lideranças. Essas levavam uma vida luxuosa com os familiares. O trabalho investigativo apurou que um dos líderes do grupo, apontado como um dos braços da facção, já esteve recolhido em presídios de Porto Alegre, onde exerceu a função de cantineiro e fez diversos contatos com os subordinados. Parte dos valores eram distribuídos também para outros criminosos, em sua maioria apenados que usavam do dinheiro para obterem regalias nas cantinas dos estabelecimentos prisionais. Já a outra parte do lucro da organização criminosa retroalimentava o tráfico de drogas e de armas.

Ao menos 80 pessoas foram vítimas dos golpes do nudes, mas a Polícia acredita que haja ainda mais. Até o momento, foram registrados casos em 10 estados. Além do RS e SC, também houveram casos em: Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná e São Paulo.

Ao todo, foram cumpridos 41 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão em nove cidades do RS e SC. – FOTOS: PC