Operação Camilo investiga participação de ex-secretário de Saúde em esquema da Abrassi

Segundo PF, ex-secretário da Saúde de Osório e político de Terra de Areia seriam alvos das ações.

A Polícia Federal (PF) cumpriu dois mandados de busca e apreensão nos municípios de Osório e Terra de Areia. As ações realizadas na última sexta-feira (27/11) fazem parte da segunda fase da Operação, a qual investiga fraudes na área da saúde. A nova fase investiga a possível ocorrência de prática criminosa envolvendo a Associação Brasileira de Assistência Social, Saúde e Inclusão (Abrassi), na gestão de unidades de saúde dos municípios, incluindo a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Osório.

Vale lembrar que a Abrassi, até antes do início das investigações, era responsável pela administração da UPA do município. Conforme a PF informou, também está sendo apurada a participação de lobistas junto a agentes políticos e servidores no sentido de favorecer a Abrassi em licitações.

Em Osório, o mandato de busca e apreensão teve como alvo o ex-secretário da Saúde Emerson Magni. É válido lembrar que Magni já teve um mandado de busca durante uma Operação realizada pelo Ministério Publico do Estado (MP-RS), no último dia 20 de outubro. Já em Terra de Areia, o mandado é referente a um político local. Segundo a PF, ele estava atuando como “lobista junto a prefeituras do Litoral”. O nome do investigado não foi divulgado. As ordens judiciais foram expelidas pela 11a Vara da Justiça Federal de Porto Alegre.

OPERAÇÃO CAMILO

A Operação Camilo foi deflagrada em 27 de maio pela Força-Tarefa integrada pela PF, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (RS), Ministério Público Federal e MP-RS, sendo cumpridos 129 medidas judiciais em investigação que apura crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção passiva, organização criminosa, ocultação de bens, crime de responsabilidade e desobediência.

O prejuízo estimado é de R$ 15 milhões em recursos da saúde repassados pela União e pelo estado do RS a Organização Social. Vale ressaltar que, na época, o prefeito de Rio Pardo e também presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), Rafael Barros (PSDB), chegou a ser preso temporariamente, porém foi liberado e vai responder em liberdade.

Foto: PF