EDITORIAL

NOVOS ATORES NA TV

A dança das cadeiras de apresentadores, jornalistas, repórteres, radialistas nas emissoras paulistanas e cariocas em boa parte estão sendo demitidos ou trocando de empregador. A maior debandada foi na Rede Globo e em parte se explica, pois entrou gratuitamente uma nova trupe de atores gratuitos e que até pagam para estarem na telinha. A pandemia, em muito colaborou para esta mudança de caras televisivas e, os “amantes da cultura” financiados pela Lei Rouanet entraram em desespero, por ver gente despreparada, sem cursos de dramaturgia e teatro, mas que vinham atuando há muito tempo. Estas novas caras e bocas tomaram os horários nobres das programações e agora com o ocaso destes, estão tendo dificuldades de encontrar um elenco de mesmo quilate.

Por alguns anos vimos o juiz Sérgio Moro e o larápio e sua trupe tomarem grandes espaços nobres na TV e no jornalismo. Com a eleição de Bolsonaro parece ter se criado uma versão nova da vida de Jesus Cristo de tanto apedrejamento por fake news e críticas, e a substituição da crucificação por uma facada e o Hospital Israelita como sendo o responsável pela ressuscitação. Passada a eleição de Bolsonaro começa a desenrolar a trajetória que levaria o Messias ao calvário e que ainda está em sua peregrinação.

Mas voltando aos novos atores as redes de televisão buscavam uma atração mais relacionada a arte da dramaturgia e ao teatro. A Globo desempregou todo seu rol de atores consagrados e apostou em novas caras e rumos. Assim tivemos o teatro político protagonizado por João Dória e Witzel como os “defensores da ciência” e que tornaram a terra mais redonda, massacrando os que chamam de terraplanistas. Mandetta e sua trupe assumiu os holofotes por longo tempo até ser defenestrado como ministro e que fez festa com dancinha de despedida. Sérgio Moro já estava sendo escanteado pelo time do larápio e até teve desfeito os seus feitos e poderá incorrer em prisão caso seja seu processo ser de responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes (ator da capa preta que todo enredo tem de ter algum malvado). Alcolumbre e o Nhonho no Congresso foram o máximo em suas atuações, mas Rodrigo Maia foi ofuscado e está tentando ficar na coxia do teatro político, escondido por Dória. Novos atores inconformados resolveram buscar sua janela midiática e então surge um novo caça talentos que sabe tudo de inviolabilidade de urnas e solicita uma CPI da Covid. Assim surge a trupe dos 7 que provariam que eram melhores do que os anões do orçamento e sendo sete poderiam até mesmo destruir a imagem da branca de neve, desejar a chapeuzinho vermelho e descartar a vovozinha. A dramaturgia pol´9tica estava formada para capítulos diários por seis meses tendo como elenco principal Renan 24 processos Calheiros; Omar 100 milhões Aziz, Randolfe DPVAT Rodrigues, Humberto Drácula de Costa para o povo e Otto “salvar vidas” Alencar. Os demais coadjuvantes se prestaram ao papel ridículo que a população acompanhou durante o desenrolar da trama.

Em meio a esta turba de atores de bons salários e mordomias (ganham mais do que a turma da Lei Rouanet) surge roubando flashes do horário nobre o Batoré, agraciando amante de amigos e que sentou sobre o processo de sabatina do novo ministro do STF. Mais recentemente o Batoré ganhou mais um destaque com a ala narcotraficante da família.

O grande fim do espetáculo da CPI revelou que Renan Calheiros alterou os últimos capítulos para brilhar triunfante, para mostrar ao Alexandre de Moraes que são quase idênticos e suas atuações.

Com o fim dos espetáculos diários da CPI, da sabatina do futuro ministro, qual será o novo elenco a ir para as telinhas. Se pensou em alguém mais honesto e santo pode ter certeza que assim será, pois esta novela vai levar 2022 até que todos saibam que as pesquisas mentem, e mentem muito mau.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".