EDITORIAL

Narcogoverno

O Brasil está passando por uma terrível crise política para passar a ter uma crise de credibilidade ao mesmo tempo a um empobrecimento gradual da população. Soma-se a isto a um ocupante do cargo máximo que como ex-presidiário temo promovido a discórdia, o ódio e pelos fatos recentes até o crime.

O maior traficante e comandante do PCC, Marco Camacho, vulgo Marcola, em recente entrevista como como o tráfico se organizou a partir da burocracia governamental e da inoperância dos governantes, chegando ao ponto de ser mais efetiva nas suas comunidades do que o Estado com a sua população. Isto é tão evidente nos morros cariocas e agora em alguns estados do Nordeste e veladamente em outros, como aqui no Rio Grande do Sul. O narcotráfico não perde tempo discutindo o sexo dos anjos, a discriminação, a religiosidade e muito menos assiste ao besteirol das redes de televisão aberta. Nem a pandemia com seu clima de terror afetou os “negócios”, aliás até tiveram a ajuda do Judiciário impedindo prisões, incursões nas favelas e a liberação de grandes traficantes e até de outros de menor potencial. O mesmo se fez também com o homem “mais honesto do mundo” que ganhou a liberdade para ser presidente, sendo descondenado.

O período eleitoral foi quase como funciona o mecanismo do tráfico. Lá no presídio o chefe determina, julga e manda executar e permite que o trabalho de seus integrantes do exército do narcotráfico siga “protegendo” e determinando o que pode e não pode dentro da comunidade, Por muitas vezes numa grande parcela da cidade e se preciso aplica-lhe a pena que lhe convém por suas próprias regras. Mera coincidência como o Estado “legal”.

Marcola também deixa claro que o poder do tráfico e muito superior ao do Estado. Isto fica evidente quando vem a ordem para que não se desloque prisioneiros para outras penitenciárias, como ocorreu no Rio Grande do Norte. Assim o narcotráfico determina as ações a serem feitas para que os eleitos assim os obedeçam, contrapondo-se a toda ordem legal. Esta ação por parte do tráfico foi se espalhando pelo Nordeste, casualmente reduto de eleitores do descondenado e quando estas ações começam a ocorrer no Rio de Janeiro, surge o personagem salvadora do ministro da Justiça Flávio Dino que tem salvo conduto do tráfico para ingressar no Complexo da Maré. Algo realmente inacreditável do poder do ministro de “apaziguar” os ânimos dos narcotraficantes com seu belo discurso terrivelmente comunista.

Para a felicidade da nação a Polícia Federal, a mesma que tanto a imprensa e a esquerda e até mesmo membros do STF deram como influência do ex-presidente sobre as ações da instituição, hoje está a serviço do ministro do STF ao estilo cães de guarda e sob forte comando do ministro Justiça. Tanto é assim que nada se sabe depois de filmagens sobre o 8 de janeiro sobre quem realmente eram os verdadeiros terroristas. Agora houve por parte da instituição a prisão e desmantelamento de uma quadrilha que ameaçava o senador Sérgio Moro e um promotor, e que foi presa logo após as palavras amorosas do descondenado de que quer ferrar com o Senador. Mas o miliciano não era o ex-presidente que até hoje os incautos ainda consideram que tenha alguma influência sobre o que gerou o assassinato da vereadora Mariele. Será que a morte desta vereadora e seu motorista não foi uma execução encomendada por pessoas que gostam de ligações cabulosas com o narcotráfico? Tudo também se remete ao caso do prefeito Celso Daniel onde a senadora Mara Gabrili fez fortes acusações sobre quem seriam os mandantes. Suas declarações sobre o caso eram de dar inveja à chefia do tráfico pela organização e cumplicidades em várias situações da investigação.

O país está sob forte pressão social a rede de narcotráfico, muito bem organizada e bem estruturada, dispõe de milhões de dólares para manter seu exército de prontidão e louco para a ação. O crime não assume mais destaque por que prefere trabalhar às sombras e com o submundo que os drogados alimentam e estão sendo transformados em zumbis. A juventude em sua grande maioria já tem em suas escolas a iniciação para o consumo de drogas e as Universidades são abrigos para os futuros zumbis que facilmente acessam para seus “estudos”. O interesse do tráfico pelo trabalho e fortalecimento de forma obscura é justamente para que os “boys” da cidade tenham onde buscar a droga e são estes que sustentam toda a engrenagem, claro que muitas vezes com proteção de senadores, juízes, delegados e até mesmo generais como apontou Marcola em sua entrevista. O narcotráfico tem sua hierarquia e mesmo havendo grandes barões do poder, a palavra final e de um favelado que impôs seu comando a uma orda de jovens numa grande comunidade e assim criando seu narcogoverno. O pior de tudo é que todo o trabalho da polícia de todas as esferas e da banda boa do Judiciário e políticos já não conseguem vencer o mecanismo que cresceu por décadas em nosso país. O que não significa que esforços estejam sendo feitos para minimizar este grande mal da nossa sociedade.