EDITORIAL

LITORAL E O VERÃO

A proximidade da próxima estação do ano promove uma remodelação no Litoral Norte a espera de milhares de veranistas e turistas. Outrora o verão era aguardando com ansiedade por que era a única época que o comércio e muitas pessoas aguardavam uma oportunidade de trabalho durante toda a temporada. As prefeituras por sua vez vislumbravam a oportunidade de arrecadar impostos seja com a movimentação da economia local ou pelo pagamento do IPTU.
Uma grande dificuldade era reunir prefeitos e secretários de turismo das prefeituras do Litoral Norte para ações programadas de difusão do turismo local fora da estação de verão, bem como organizar eventos atrativos para promover a integração entre estes. Neste sentido surgiram as entidades reunindo estas autoridades como a Amlinorte, Ascal, Condetur e outras com a dificuldade de conciliar interesses de todos onde cada prefeito queria impor vontades contraponto a conceder a municípios menores a oportunidade de desenvolvimento turístico. Desta forma aos poucos cidade foi criando seu próprio evento máximo na tentativa de ter uma identidade turística própria, mas muitos esquecendo que turismo exige infraestrutura, paisagismo, e outros serviços públicos de qualidade e que se tornassem atrativas.
Hoje temos muitas praias que remodelaram suas orlas criando os calçadões da beira-mar, ruas pavimentadas, tratamento de esgotos e melhorias da distribuição de água tratada, iluminação pública de qualidade, enfim uma série de investimentos que ao longo dos anos fizeram o litoral crescer sua população fixa. Os eventos tem atraído multidões para o litoral e a cada fim de semana as excelentes vias de acesso ao litoral possibilitam um trânsito intenso que se estende por horas a fio demonstrando que o veranismo está se tornando num litoral atrativo nas quatro estações.
Esta nova visão do nosso litoral, cujo mar não é tão atrativo, mas sim pela sua tranquilidade e possiblidade de descanso e facilidades para aquisição de bens e serviços também atrai grande empresas varejistas que vimos inaugurarem em Tramandaí e Capão da Canoa recentemente.
O litoral tem ainda como ponto máximo de movimentação o verão, mas a cada feriadão ou fim de semana de bom tempo se torna o destino para famílias inteiras vindas da serra e da região metropolitana. Um avanço significativo para a região que é considerada a mais pobre em renda per capita do Estado, mas que ao longo dos últimos 10 anos tem feito os orçamentos municipais atingirem níveis de arrecadação que estão a possibilitar mais investimentos em melhorias da infraestrutura.
A região não mais depende do verão, mas tem como um aliado que turbina os negócios, os serviços em geral e a economia que já não é mais explorativa como outrora, quando a ideia era trabalhar 3 meses para viver os outros nove meses. A mentalidade empresarial mudou, assim como dos agentes públicos que deixaram da mesmice e do egocentrismo vendo o litoral como um todo e que unidos podem conquistar muito mais espaço e empreendimentos tanto na área de empresas como da construção civil.

O advento dos grandes condomínios iniciados na praia de Xangri-lá deram um impulso ao mercado imobiliário e que já se espalha por outros municípios. Com isto mais empregos e serviços são gerados e a cadeia de circulação de dinheiro se movimenta e mais pessoas se deslocam para trabalhar e morar no nosso litoral.
A região encontrou o caminho certo de desenvolvimento, mas ainda há muito a ser trabalhado no que tange a opções de turismo com o melhor aproveitamento das riquezas naturais da região e com um trabalho informativo sobre as atrações que estão disponíveis a todos. Nossas lagoas estão para serem espaços para passeios de barco e esportes náuticos, para áreas de camping e também de trailers. A antiga estrada interpraias também precisa de melhorias de modo a facilitar ainda mais o deslocamento interno na região.
Assim o litoral vai se desenvolvendo e criando seu caminho de progresso aliado a natureza e ao bem estar social. Ainda precisamos melhorar em muito os espaços para a terceira idade e a rede pública de saúde, mesmo estando próximo da capital. O litoral pode e deve criar seu próprio núcleo de atendimento de seus habitantes e ao mesmo tempo atrair investimentos que gerem mais empregos e oportunidades aos jovens, capacitando para prestação de serviços no turismo.