EDITORIAL

Inocente até que provem o contrário

A Operação Lava Jato marcou época e também a história do nosso país como o momento em que a corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência foram severamente investigados e que ainda resta muito a se investigar. A operação superou a operação italiana denominada Mãos Limpas que agia mafiosamente junto ao poder centrale ações criminosas. Ambas foram realizadas pela Justiça e por investigadores dedicados a descobrir as fontes que irrigavam o esquema e recuperando e prendendo os quadrilheiros.

Aqui no Brasil o êxito da operação recolheu, após delações premiadas e prisões mais de R$ 6 bilhões em que parte foram devolvidos “espontaneamente” pelos operadores do esquema. Foram recursos da Petrobras, Eletrobras, Correios, BNDES, Itaipu e outras tantas estatais que abrigavam ramificações do esquema mafioso de roubar dinheiro público. As estatais que já estavam gerando mais de 100 bilhões de reais e prejuízos agora ultrapassam este valor de forma de lucro. Além disso, bilhões foram investidos em ditaduras pela américa Latina e na África. Esta roubalheira protagonizada pelo petismo chegou a ter a exacerbação do Ministro Gilmar Mendes em determinado momento, de que o dinheiro roubado poderia financiar campanha para perpetuação no poder da esquerda (diga-se PT) até 2035. Isto no tempo da lava jato. Pois se assim continuasse certamente amealhariam recursos para várias gerações. Mesmo diante de delações, testemunhos e provas em dinheiro e documental os integrantes da quadrilha que também contava com a participação de grandes empreiteiras foram presos, condenados, sentenciados e tiveram suas sentenças confirmadas em mais instâncias do Judiciário.

Assim, aquele que ficou preso em Curitiba e reunia do lado de fora as viúvas do dinheiro público e do esquema que cantavam para o grande chefe, depois de insistentes tentativas e narrativas de provar a inocência do chefe do esquema conseguiu convencer os ministros do STF de uma falha processual, casualmente levantada pelos indicados pelo condenado. Assim o processo se tornou nulo e foi transferindo de região para ser reiniciado, mas já garantindo que até o novo andamento processual não ocorresse a tempo para haver sua prescrição com o condenado atingindo a idade de 70 anos, mas de amigos milionários que o agraciam com sítio, apartamento triplex e certamente paraíso fiscal. Neste paraíso fiscal devem estar escondidos os bilhões ainda não recuperados e ao qual a Justiça americana oferece um bilhão de dólares para quem delatar a localização.

Esta falha processual também serviu para que o STF reabilitasse o presidiário em seus direitos políticos, limpando a ficha suja. O ato também permitiu que o próprio STF revise a posição já definida pelo Colegiado para a revogação da prisão em segunda instância numa clara intensão de reaver sua condição de candidato e dar seguimento aos seus interesses e como disse seu atual vice viesse a disputar a volta a cena do crime.

Todas as ações do STF buscaram tornar “inocente” alguém condenado em três instâncias, sentenças estas não revogadas, algo que nem mesmo o deputado Daniel Silveira com o recebimento da Graça Presidencial teve no inquérito extra-constitucional com a eliminação das sentenças ligadas à inquisição pelo ministro Alexandre de Moraes.

Os arroubos judiciais promovidos pelo STF, em especial a alguns ministros se transferiram para o TSE que de forma ditatorial tem transformado o processo eleitoral numa campanha clara contra um candidato para favorecer o candidato criado por estes ministros. O que se espera é que a tudo isto que tem sido feito o único modo de reverter seja pelo voto que cabe à população decidir. Pois acredita-se que o restante caberá ao novo Senado e a nova Câmara dos Deputados que assumirá em 2023. Isto se o Brasil seguir como uma nação livre até a posse do presidente, se o STF e o TSE assim permitir. A censura aos meios de comunicação já se deu início e o governo que querem legitimar já está gerindo o país.