REGIÃO

Idosa acorda após ser apontada como morta em hospital da região

Idosa de 78 anos de idade acordou após ser diagnosticada morta por hospital de Cidreira. – Foto: Divulgação

Clotilde Rieck, de 78 anos, teve o óbito confirmado após sofrer duas paradas cardíacas na Unidade de Saúde de Cidreira. Porém, um funcionário da funerária responsável pelo velório acabou percebendo que a paciente estava viva, quando iria retirar o corpo do necrotério. No mesmo dia do ocorrido, a senhora foi transferida para Porto Alegre. Desde então, está internada no hospital Santa Casa de Misericórdia.

Segundo publicação nas redes sociais, a prefeitura de Cidreira está apurando o ocorrido e o caso da médica, Dra. Anne Letícia de Oliveira Ferreira, que confirmou o óbito da paciente. Além disso, informou que a médica que assinou o atestado de óbito foi afastada (veja a nota na íntegra emitida pelo Executivo de Cidreira no final da matéria).

O QUE DIZ A DEFESA DA MÉDICA

Os advogados da doutora Anne, Uilian Loose e Bibiana Boaventura, por meio de uma nota de esclarecimento, comunicaram que todos os meios de tratamento e todas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar disponíveis no Posto de Saúde foram realizados para preservação da vida da paciente até a sua transferência para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em um hospital de Porto Alegre. Segundo a nota, “todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para os devidos esclarecimentos dos fatos e demonstração da boa conduta médica adotada”.

ENTENDA O CASO

Na manhã do dia 30 de dezembro, Clotilde Rieck passou mal, com vômitos, e foi encaminhada para o Posto de Saúde Eva Dias de Melo. Chegando lá, passou por diversos exames e, na madrugada do dia 31, foi constatado um quadro de infecção urinária. Durante a manhã do dia 31, Clotilde sofreu duas paradas cardíacas. Após a segunda parada, a médica e a equipe de enfermagem observaram que a senhora não tinha mais sinais vitais e confirmaram o óbito.

Após a confirmação do óbito, a família de Clotilde foi contatada e iniciou a organização do velório e o funeral. Assim que a equipe da funerária chegou ao posto de saúde para levar Clotilde, o funcionário da empresa encontrou a idosa viva. Segundo a família de Clotilde, o funcionário da funerária disse ter levado um susto e pedido ajuda no posto de saúde. A paciente estava com o coração batendo e ofegante.

“Realmente, é uma coisa inédita aqui para o nosso município. Nunca passamos por uma situação como essa. Nós estamos tomando providências, vamos abrir um processo administrativo e solicitamos o afastamento imediato da médica”, afirma a coordenadora do posto de saúde, Irene Mendes.

Um problema com o tamanho do caixão escolhido fez com que o processo com a funerária levasse mais tempo que o previsto. Para Bianca Schneider, sobrinha-neta de Clotilde, esse atraso ajudou a encontrar a tia-avó ainda com vida. “Se tivesse o caixão do tamanho dela certinho, nós teríamos enterrado ela viva. Graças a Deus, teve esse tempo”, relata.

Após o ocorrido, a Polícia Civil foi acionada para o registro da ocorrência. Os familiares da paciente reclamam de problemas no atendimento prestado pela equipe de saúde e dizem que a certidão de óbito não foi oferecida. A coordenadora da unidade, Irene Mendes, disse que o documento foi emitido, mas que, como o óbito não se confirmou, não pôde ser entregue aos parentes de Clotilde.

NOTA DA PREFEITURA DE CIDREIRA

“Acerca do episódio do possível erro médico ocorrido no Posto de Saúde Eva Dias de Melo em Cidreira, esclareço que no dia do acontecido não estava no Município, sendo informado através das redes sociais. No mesmo instante, contatei a diretora do Posto 24h para me inteirar dos fatos e determinei que fosse prestada toda assistência à paciente e seus familiares e que a médica fosse dispensada do seu plantão imediatamente.

Salientamos que a Administração Municipal, através da Secretaria Municipal de Saúde, está apurando o ocorrido, bem como a responsabilidade da médica que atestou o óbito da paciente. Foi registrado também um boletim de ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Cidreira e exigido para que a empresa contratada afaste a profissional dos serviços prestados em nosso município”, fecha a nota emitida pelo prefeito de Cidreira Elimar Pacheco.

Caso ocorreu na Unidade de Saúde de Cidreira. – FOTO: Wanessa Gomes