Hospital de Tramandaí terá troca em sua gestão

Instituição vem sendo administrada pela Fundação Getúlio Vargas. - FOTO: Rogério Carbonera

O Governo do Estado anunciou que o Hospital de Tramandaí (HT) deixará de ser administrado pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV). O anúncio ocorreu durante reunião realizada na última sexta-feira (12), no Palácio Piratini, em Porto Alegre. O encontro contou coma presença do vice-governador Gabriel Souza, da secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann, além dos prefeitos Luiz Carlos Gauto (Tramandaí) e Ique Vedovato (Imbé).

Ficou definido que, em um primeiro momento, um novo prestador será contratado de maneira emergencial enquanto se encaminha o processo de chamamento público para a troca efetiva da gestão. A medida visa à manutenção dos serviços prestados, sem prejuízo nos atendimentos, além da reabertura do centro obstétrico, atualmente fechado.

O serviço deixou de funcionar no HT no início de abril, após os funcionários contratados paralisarem suas atividades devido a precariedade das instalações e das más condições de trabalho. Entre os principais pontos levantados, estão os atrasos nas remunerações e a falta de materiais, incluindo insumos e medicamentos. Um exemplo, é a carência de campo cirúrgico, material que serve para proteger os pacientes durante os procedimentos e evitar contaminações causadas por respingos de sangue e fluídos.

IMPORTÂNCIA DO HT

É válido ressaltar que o Hospital de Tramandaí é referência em Obstetrícia para os municípios de Tramandaí, Imbé, Cidreira e Balneário Pinhal, atendendo cerca de 75 mil pessoas. Com a falta dos profissionais, isso vem acarretando em um sobrecarregamento em outros hospitais da região, como é o caso do São Vicente de Paulo (HSVP), em Osório, e o Santa Luzia, em Capão da Canoa. Não bastasse isso, o HT é o único Hospital com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Litoral Norte, além de ser também referência em Gestação de Alto Risco para as 23 cidades da região.

PRÓXIMAS ETAPAS

O início das tratativas para a transição iniciou nesta semana entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a FHGV. A expectativa é de que, dentro de 30 dias, uma nova empresa possa assumir a gestão da instituição por contrato emergencial. Em relação a contratação de novos profissionais, ela será feita por meio de uma nova Pessoa Jurídica que fará a administração do Hospital. Já a contratação definitiva de uma empresa para comandar o HT, segundo a SES, só deverá ser concluída no segundo semestre deste ano por ser um processo mais complexo.

Anúncio ocorreu durante reunião entre vice-governador e secretário estadual de Saúde com prefeitos do Litoral. – FOTO: Joel Vargas

PARTICIPAÇÃO DO SIMERS

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) vai pedir uma agenda com a secretária Arita para saber mais informações sobre o final do contrato com a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas. Na oportunidade, o Simers também vai solicitar a participação no grupo de transição. De acordo com o diretor-geral do Simers, Fernando Uberti, a decisão foi tomada logo após a entidade ter conhecimento sobre o anúncio de rompimento realizado pelo Governo do Estado.

“Queremos saber mais informações e acompanhar de perto como vai ser a transição da gestão, uma vez que temos o exemplo recente de Alvorada, que deixou tanto os trabalhadores como a população vulneráveis. Insegurança que refletiu nos colaboradores do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, que passou pelo mesmo processo uma semana depois. O Simers quer o diálogo, pois defende a qualidade nas condições de trabalho para os médicos e atendimento de qualidade aos pacientes”, destaca Uberti.

Diretor-geral do Simers, Fernando Uberti.