Grupo criminoso é responsável por assassinato de adolescente no Litoral

Morador de Gramado (na Serra), Bruno da Silva foi encontrado morto em Santo Antônio da Patrulha, no último dia 19 de julho.

Um grupo criminoso vinculado ao tráfico de drogas no Vale do Paranhana e também na região de Gramado, na Serra, está por trás da execução de Bruno Michaelsen da Silva. O adolescente de 15 anos foi morto na madrugada do último dia 19 de julho, no município de Santo Antônio da Patrulha. Na cena do crime, foram disparados pelo menos 120 tiros. Segundo o delegado regional do Litoral Norte, Heraldo Guerreiro, o crime teria vínculo com o tráfico, havendo a possibilidade de um mandante.

Para a polícia, embora o crime tenha acontecido em Santo Antônio, o município só foi usado como área para a execução. O adolescente foi encontrado morto na localidade de Pinheirinhos, que fica próxima do limite com Rolante, no Vale do Paranhana. Tanto a vítima era de fora da cidade, como o grupo que é investigado por envolvimento no crime. A polícia acredita que a escolha do local possa ter sido estratégia dos autores para tentar dificultar a investigação.

Bruno não possuía passagens policiais, mas é apurada a possível ligação do adolescente com os investigados. O grupo teria atuação em Três Coroas, no Vale do Paranhana, e em outras cidades próximas, segundo a investigação. A própria família do adolescente suspeitava desde o início de envolvimento de alguma facção criminosa, em razão da brutalidade da execução.

O garoto morava com os pais em Gramado, de onde saiu e não retornou mais. Na manhã seguinte, foi encontrado morto, em uma cena brutal. Na execução foram usadas pistolas e também um fuzil. Segundo o delegado regional, para traçar o perfil de Bruno, foram ouvidas pessoas vinculadas a ele no município onde vivia, como pais, amigos e uma namorada, também adolescente. Para isso, a investigação conta com a colaboração da equipe de Gramado.

O avanço da apuração depende agora especialmente do retorno de perícias solicitadas pela polícia em telefones celulares e armas apreendidos recentemente durante buscas. Desde o fim do mês passado, dois policiais de Porto Alegre foram deslocados para o Litoral Norte para auxiliar na investigação. Eles seguem trabalhando em Santo Antônio da Patrulha.  “Foi enviado muito material para a perícia. Isso demora um pouco. Mas temos uma linha de investigação bem definida e suspeitos. Pelas características do crime, a execução teve vários participantes. O reforço policial está sendo imprescindível nesse trabalho, que é bastante complexo”, destacou o delegado Guerreiro. Segundo a polícia, até o momento ninguém foi preso.

O CRIME

Na madrugada de 19 de julho, Bruno saiu de casa por volta da 1h e 30min e não chegou a dizer aos pais, que já estavam deitados, onde estava indo. Os familiares acreditavam que ele havia ido até um amigo, vizinho da família. Mas como não retornou, no dia seguinte começaram as buscas por ele. O corpo foi localizado durante a manhã, na localidade Pinheirinhos, em Santo Antônio da Patrulha (há 70 quilômetros do local onde morava o adolescente).

A polícia acredita que o adolescente tenha sido levado até Santo Antônio da Patrulha em algum veículo, para ser executado. Moradores relataram aos familiares que naquela madrugada o adolescente foi visto nas proximidades de casa, parado na rua. Questionado sobre o que estava fazendo ali, teria dito que aguardava por alguns amigos, e na sequência teria embarcado em um veículo branco. O corpo de Bruno foi abandonado sem documentos, sem o celular e com disparos no rosto, o que poderia dificultar inclusive a identificação. A família o reconheceu por uma tatuagem.

FOTO: Arquivo Pessoal