EDITORIAL

Expectativas para o verão

Prefeitos do Litoral Norte em reunião ocorrida em Capão da Canoa já começaram a discutir a próxima temporada de veraneio. Um pouco tarde para se preparar a estação ais importante da região e que movimento a economia, o turismo, a agricultura e o lazer. Enquanto apenas gestionam por serviços do estado para a temporada o empresariado já traçou suas linhas de atuação e começam a realizar contratações com a expectativa de movimento muito acima das duas últimas temporadas.

Estando praticamente no fim da pandemia e das consequentes ou inconsequentes restrições impostas a todos pelo Governador e prefeitos o setor de hotelaria e do comércio em geral já planejou e estabeleceu metas de atendimento. O fato de durante as duas últimas temporadas terem movimento abaixo do esperado, a ansiedade da população em poder andar livremente nas praias e realmente curtir o verão é intensa. Neste sentido grande redes de farmácias, supermercados e lojas de móveis e eletro acreditam no potencial de vendas desta temporada, mesmo com inflação alta e combustíveis elevados. Já por sua vez o poder público se arrasta no marasmo de sempre e pouco ou nada está programado para atender ao grande fluxo de pessoas que acorrem ao litoral para seu descanso e lazer. A infraestrura das praias segue em situação precária. As estradas de acesso ao litoral norte tiveram leve melhora com remendos e serviços de roçada e limpeza. As estradas que interligam os municípios carecem de maiores investimentos, mas os prefeitos se perdem em mais do mesmo e pouco ou nada captam de recursos junto a órgãos federais para investimentos na infraestrutura e melhorias a beira mar. Raras as exceções como no caso de Imbé que reformou sua Av Beira Mar, mas a ligação entre a ponte e a barra não teve nenhum investimento de forma a evitar o acúmulo de águas pluviais e na pavimentação. Já a Avenida Fernandes Bastos teve melhoras consideráveis no trecho urbano. As administrações devem sempre privilegiar seu principal atrativo que é a praia e suas vias de maior circulação, algo que há décadas não há nenhum indicativo de melhoras substanciais de acessibilidade e de sinalização turística. Outro ponto que a Associação dos Municípios já deveria ter ajustado é a integração de esforços para um calendário de eventos e

atrações da região, algo que há décadas se discute e não se consegue promover por devaneios e vaidades de secretários municipais.

Algo que tem sido preocupante para a população residente, assim como será para a população visitante está na área de segurança pública e na rede de atendimento à saúde.

Na saúde houve melhoras nos hospitais em razão da pandemia com o surgimento de leitos de UTIs e do funcionamento da UPA em Osório e da existente em Tramandaí, mas os hospitais carecem de recursos para atender principalmente na área de traumatologia. Esta demanda se amplia devido ao movimento intenso de veículos e a imprudência de motoristas e à associação de direção e consumo de álcool e drogas.

Na segurança, além da operação Golfinho envolvida no trabalho de guarda-vidas e segurança a beira-mar as ações da Brigada Militar e Polícia Civil durante a baixa temporada forma incansáveis no combate ao tráfico com apreensões de toneladas de drogas nas rodovias federais, estaduais e em ações em pontos de tráfico. Esta atividade ilícita também eleva os crimes o que preocupa as autoridades que dependem do Estado para aumento do efetivo policial para garantir um verão de sossego e segurança.

Contudo a população fixa da região já começa a despertar para as oportunidades de emprego que estão começando a serem criadas, assim como empreendedores vislumbram que o verão 2021/2022 possa ser a redenção e o alívio para a economia da região. Que nossos prefeitos agilizem para acompanharem o ritmo e recuperar parte do que os prefeitos anteriores fizeram a região perder.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".