EDITORIAL

Esquerda omissa com o Magistério

Partidos de esquerda no Brasil são um clube de oportunistas, alguns viram até uma seita retrógrada e desagregadora da população, outros se tornam facções criminosas e ainda há os que são omissos na hora de mostrarem sua discórdia no momento decisivo do voto. Estes últimos são os mais perigosos, mas não muito mais do que os outros.

A triste e falaciosa participação da esquerda nas negociações com o Governo do Estado para o reajuste do Magistério acabou em omissão, que resultou em partidos como o PT, PSOL e PDT se abstendo (omitindo) de votar mesmo tendo como certa a derrota em plenário. Todos os discursos inflamados destes representantes na tribuna apenas serviram para a encenação diante da categoria com a importância que tem para a sociedade. Infelizmente é deste tipo de pessoas que o CPERGS se atrela e admira, mas viram nos governos petistas o criador negar a criatura quando Tarso Genro negou-se a conceder o piso nacional do Magistério, criando uma nova criatura, o completivo. Toda a baboseira que falaram durante anos ficaram longe das ações quando chegaram ao poder e o pior que eles têm o “canto da sereia” que faz o Magistério acreditar na história da Carochinha.

O Magistério viu o CPERGS atrelar-se aos falantes que com sua cantilena e a abastecer uma Central Única com os recursos de seus filiados. Mas isto os professores tem de decidir melhor, assim como a população tem de decidir melhor sobre suas escolhas na política. Até mesmo da chamada esquerda que se revelou um grupo de aproveitadores e omissos com a população.

A abstenção da esquerda na votação do projeto de reajuste do Magistério é a clara demonstração de que preferiam nada conceder à categoria do que o que se oferecia. A mesma postura assumida quando da votação do Auxílio Brasil (ampliação do que foi o Bolsa Família) e também do auxílio emergencial de R$ 400,00 para quem nada tem ou pouco tem. É justo que se contrapõem e que possam ampliar, mas não demonstrar a vontade de conceder no voto decisivo é uma vergonha e demérito para quem será beneficiado. Abster-se é negar a possibilidade de se obter algo e que se pode postular por melhorar, votar contra pior ainda, mas poderiam votar a favor justificando e registrando voto sob protesto. Mas para a esquerda o melhor é nada conceder, para que seus discursos vazios e mentirosos sejam de promessas que não serão cumpridas, como foi no caso do Piso Nacional do Magistério com o governador que criou o mesmo a nível nacional. Poderiam no Governo Federal, a esquerda ter dilapidado menos o Estado e conceder uma contrapartida aos seus entes federados para fecharem as contas com o salário do Magistério. No entanto, o Estado preferiu levar suas estatais a falência como foi o caso da CEEE e a Corsan (décadas sem investimentos em esgotamento sanitário).

A esquerda se ocupa em ampliar cargos públicos e alocar seus tentáculos na administração pública para com isto corroer os recursos públicos para sustentar sua tropa de elite, assim como faz com o Fundo Partidário de milhões de reais anualmente.

Enquanto o Magistério não se voltar para o ensino de excelência para recuperar as gerações futuras, prosseguirá criando monstrengos políticos que lhes abduzem politicamente e lhes proporcional péssimas condições físicas para o exercício profissional, bem como resultam no achatamento dos seus vencimentos pela não valorização da profissão que desenvolve as gerações.

A esquerda mostrou novamente que é nefasta até mesmo para os professores, preferindo nada conceder-lhes do que o pouco que o estado diz ter condições de oferecer neste momento.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".