EFEITO CAMPANHA
A proximidade do ano eleitoral, segue o que sempre a velha política se utilizou para conquistar eleitores que eram surpreendidos com o momento de euforia dos políticos. São obras e investimentos lançados com o intuito de haver uma quantidade enorme de inaugurações (mesmo que a obra este iniciando ou nem haja terminado). Com o advento da reeleição, depois da aquisição do Congresso por Fernando Henrique, esta situação se tronou ainda mais marcante, pois a obra não concluída servia de argumento para que fosse reeleito e assim concluir a importante obra lançada. Exemplos clássicos disto são as grandes obras federais como a transposição do Rio São Francisco, Duplicação da BR 101 de Osório a Torres e depois o trecho catarinense, Usina de Belo Monte, Refinaria Abreu e Lima, Polo Naval de Rio Grande e os fatídicos legados da Copa Mundial no Brasil.
No âmbito do Governo Federal, os trabalhos foram centrados durante toda a gestão, principalmente nos investimentos necessários a conclusão de obras vitais e que já haviam consumido mais do que o dobro do que foram orçadas. Obras que fatalmente jamais seriam concluídas se houvesse a continuidade dos governos passados.
O Rio Grande do Sul ainda segue na velha política, mesmo que está a ocupar a cadeira de governador não seja considerado velho, mas cresceu em meio a um sistema que pretende voltar ao poder e manter o “status quo” do sistema organizado e iniciado por Fernando Henrique Cardoso. A expressão usada pelo governador Eduardo Leite de “tirar a bunda da cadeira” ainda ressoa nos ouvidos dos eleitores que acreditaram que algo mudaria e repusesse o nosso estado numa posição de vanguarda e de orgulho dos gaúchos. O que se viu foi um governador apático que seguiu o planejamento do governador Sartori e ainda prorrogou o aumento das alíquotas de impostos sobre combustíveis, energia e telecomunicações. Seguiu com o parcelamento de salários do funcionalismo nos mesmos moldes do governo anterior e nada trouxe de investimentos e geração de empregos. Na pandemia exterminou postos de trabalho, empresas inovadoras e nada de auxílio à população, exceto o fato da merenda escolar (que é paga com recursos federais) ser distribuída a famílias de baixa renda. Neste mais de um ano e meio de pandemia o Estado economizou com energia, despesas de material de expediente, extinção de contratos com terceirizados e ainda viu o prédio da segurança pegar fogo por falta de investimento em segurança num prédio herdado da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. – RFFSA.
O fracasso da gestão de Eduardo Leite só não foi maior em decorrência da pandemia onde o estado em 2020 teve R$ 40,9 bilhões do Governo Federal onde está incluindo o valor não pago da dívida do Estado para com a União (luta que Sartori travou para renegociar e o que ao final foi travada pelo Tesouro Nacional por exigir o Banrisul como garantia). Leite com a pandemia teve suspensa a cobrança e ainda recebeu aportes financeiros bilionários do Governo Federal e a economia administrativa com setores públicos boa parte paralisados e funcionários em casa. Toda esta economia somada aos bilhões de reais recebidos do governo federal, além da manutenção das alíquotas majoradas do ICMS proporcionaram “engordar” os cofres estaduais, possibilitando o fim do parcelamento dos salários e a volta do calendário único de pagamento. Decisão esta que surgiu logo após os primeiros indícios de que poderia ser um dos presidenciáveis em 2022. Agora começam a enxurrada de investimentos devido às mudanças no “fluxo de caixa” com alguns milhões para recuperação de estradas, mais de 1 bilhão para reforma de escolas, mais de R$ 100 milhões para alguns hospitais e o novo Reforçar RS que irá beneficiar outros hospitais, entre outros tantos investimentos que passaram a ser lançados a partir de agosto deste ano.
O pior de tudo é que diante do que ocorreu na eleição para presidente em 2018, os políticos novos e os velhos não aprenderam a lição e acham que mentir para a população com o apoio da ex-grande mídia poderá leva-los novamente ao poder. Aqui no estado se o ginete não aprende a se manter durante o corcoveio do cavalo, o tombo é mais do que certo e por isto que nunca houve reeleição em nosso estado. O efeito campanha em nossos pagos não funciona nem mesmo para o dono do cavalo, o que dirá com um ginete urbano.