EDITORIAL

ECONOMIA MIRANDO O CAOS

Os efeitos deletérios da economia eram previstos pelo governo anterior que buscou aliar a atividade econômica com controle da pandemia de Covid. A ideia de que a “economia a gente vê depois” ganhou corpo com a papagaiada patrocinada pelo Governador de São Paulo João Dória injetando na mídia seu poder de convencimento e muito recurso público. O controle realizado pelo estado de maior economia do país fez com que a redução da produção da indústria nacional caísse vertiginosamente e com isto setores como o de serviços e turismo foram amplamente afetados. Micro e pequenas empresas tiveram suas portas fechadas e ainda uma carga tributária elevada num período de pleno desemprego.

Levantamento recente da Serasa Experian demonstra que dentre as 6,5 milhões de companhias inadimplentes em março, a maior parcela (5,76 milhões) é composta por micro e pequenas empresas (MPEs). No comparativo com março do ano passado a inadimplência evoluiu mais 4,5% de negativação no segmento. O mesmo levantamento aponta nesta MPEs o setor de “serviços” representou 52,7% do total. Já no setor “Comércios” a participação foi de 38,9% e com menor participação o setor de “indústrias” em 7,8%.

Da mesma forma também se comporta a inadimplência das pessoas físicas que se endividaram durante a pandemia pela perda do emprego ou fechamento do negócio e que tiveram a amenização com o Auxílio Brasil, mas não suficiente para manterem o padrão de vida pré-pandemia, num constante déficit no orçamento familiar.

Enquanto isto o governo federal ataca o Banco Central devido aos juros altos da taxa Selic que busca controlar a inflação. No entanto, o governo deveria sim estar contendo gastos pelo suposto “déficit” do orçamento ao qual foi liberado para “estouro do teto de gastos” que seria para pagar o Bolsa Família de R$ 600,00. No entanto o governo tem cortado milhares de famílias e pessoas que vinham recebendo o Auxílio Brasil e agora o também Bolsa Família. Contrariando o que seria plausível para controle da inflação e queda dos juros, o governo acena com aumentos salariais generalizado de 9%, contratações de novos funcionários de embaixadas por salários de R$ 100 mil, aumento de ministérios e inchaço da máquina pública para acomodar indicações de aliados.

Também o governo tem aproveitado para promover excursões pelo mundo e hospedando-se em hotéis luxuosos e com toda a “equipe” que carrega. Isto sem falar nos gastos da mulher do ex-presidiário que em decoração já superou gastos em mais de 200 mil reais em supérfluos.

A falta de credibilidade no ministro da Economia que desconhece a realidade do mercado, busca somente taxar em ampliar o leque de impostos e setores a seres onerados com a finalidade de ampliar a arrecadação. O mercado de ações tem reagido com fuga de capitais, mas não com maior intensidade devido a taxa de juro elevada, mantendo ainda o dólar estacionado em R$ 5,00.  Esta instabilidade impede que novos investimentos sejam feitos no país e o mercado entra em compasso de esperada pelas definições e segurança de seus investimentos.

A alta na taxa de desemprego no mês de março também preocupa, pois muitas empresas estão temerosas de seus empreendimentos devido a instabilidade econômica mundial devido aos efeitos da pandemia somados a crise gerada pela Guerra da Ucrânia. Esta crise mundial, que está forçando os demais países a elevarem seus juros para conterem a alta inflacionária também está ameaçada da possibilidade da fuga de capitais caso os Estados Unidos aumentem seus juros o que atrairá investidores na economia mais sólida.

Outra preocupação tem sido o efeitos dos pronunciamentos do ocupante da cadeira presidencial que acirra a disputa dos Estados Unidos e China pelo mercado mundial, principalmente quando citou em terminar com a dolarização da economia mundial e demonstra apoio a Ucrânia podendo vir a ter retaliação da Rússia na questão de petróleo e principalmente no fornecimento de fertilizantes para a agricultura.

Para fechar surge o arcabouço fiscal e a retomada de impostos que haviam sido reduzidos e até zerados pelo governo anterior e eu provocaram inicialmente uma deflação, mas que agora o freio do Banco Central na alta taxa da Selic é que tem evitado a espiral inflacionária.

Para evitar o caos na economia o Congresso deve avaliar muito bem o projeto do arcabouço fiscal e fazer o governo federal respeitar as metas de inflação e conter gastos que não sejam investimentos para a melhoria das condições dos cidadãos, principalmente desempregados e os mais pobres.