CARNAVAL SEM CALOR E MUITA DOR

A grande folia de Momo tem sido mais para momentos tristes do que praticamente de alegrias. Quem não lembra do Carnaval de 2020 quando o surto de Covid tomou conta do país logo após o Carnaval, apesar de todos os avisos dos riscos que este seria. Nos anos seguintes o que se viu forma milhares de mortes e notícias fúnebres, além de outras tantas mostrando uma tragédia anunciada. O povo passou quase dois anos confinado. Sem emprego, muitos sem comida, sem teto e ainda ouvindo e vendo a TV fúnebre que somente levou milhares a depressão e outros tantos ao suicídio. O Carnaval em 2021 não existiu e em 2022 também foi mais um feriadão apenas e não para todos. Este Carnaval de 2023 seria o primeiro após toda a tragédia e ao golpe da Covid.
O Carnaval deste ano fez com que muitas prefeituras e governos estaduais investissem para propiciar momentos de alegria (sem máscara) e assim incentivar o turismo e poder gastar com os pobres ricos “donos” da cultura. A TV que acabou com o “consórcio” da morte pode faturar milhares de reais com as transmissões e acabou mostrando um fiasco televisivo de seus apresentadores.
A folia teve uma ação do clima violenta, quase que sendo a tragédia de Sodoma e Gomorra pelo que representa a libertinagem do Carnaval. São Pedro mandou chuvas que não eram esperadas e tragédias foram se acumulando como se viu em São Paulo e Rio de Janeiro. No sul o calor deu entrada a chuva forte e um frio totalmente fora de contexto para a estação, prejudicando a praia de muitos e a folia de tantos outros. Soma-se a estas tragédias as mortes no trânsito e a queda a ponte pênsil em Torres que vitimou um jovem das dezenas que estavam sobre esta.
A dor da mãe do jovem externa o que muitos devem estar passando hoje que tiveram a perda de parentes e amigos durante as várias tragédias que ocorreram durante o “feriadão”. Em todas estas situações está o descaso do poder público. Seja pela invasão de áreas de risco de desmoronamentos para construção de moradias irregulares e até para fiscalizar a capacidade de pessoas que podia a ponte pênsil suportar. As moradias irregulares é descaso dos municípios e de agilidade da Justiça para impedir estas ocupações que tem apoio de um salafrário como Guilherme Boulos e que incentiva invasões e ocupações o que é um crime contra a ordem pública e perturbação do sossego e invasão de propriedade (para não disse roubo). As situações que ocorreram em São Paulo e Rio de Janeiro revelam que governadores e prefeitos mais se preocuparam com seu brilhantismo na mídia do que propriamente com a infra estrutura da cidade e o crescimento desordenado. Talvez assim desejassem que ocorressem as tragédias, pois deixaram de aplicar milhões para fiscalizar e propiciar moradia digna aos seus habitantes.
Este momento que se passou, que deveria ser de extravasar alegria por terem sobrevivido aos caos que foi criado com a pandemia, deixa transparecer a incompetência do Estado e dos municípios em prevenção, mas exigem de qualquer cidadão que queira fazer dentro da lei sua moradia uma enormidade de regramentos que tornam quase impossível de fazer sua própria moradia. É praticamente como o caso das armas que são cadastradas e que agora estão a exigir um novo cadastro sem finalidade alguma, enquanto os morros e favelas exibem armamentos que nem a polícia possui e até mesmo o próprio Exército.
O frio fora de época foi para encerrar a temporada e a chuva, muito bem vinda neste momento para dar cabo de mais uma grande seca que fez reduzir milhões de toneladas de alimentos produzidos pelos que o atual governo chama de “fascistas do agro”. A folia gelou e muitos buscaram o que parecia não mais existir que era o Carnaval de salão e que tiveram um grande sucesso por onde foi realizado.
O que não podemos e assistir a tudo isto, sem compartilhar a dor e o sofrimento de milhares de pessoas que tiveram suas perdas nas tragédias, sejam no trânsito, nas enxurradas e deslizamentos e ou nos desastres que não seriam imagináveis como a da ponte pênsil, um símbolo de Torres e de Passo de Torres.
Passado tudo isto talvez agora tenhamos chuva para amenizar a seca e o governo ganhar mais tempo para planejar meios de evitar que a seca seja mais problemas para o nosso estado.