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Brasil derrota Argentina nos pênaltis e é campeão do Grand Prix de Futebol de Cegos

O osoriense Ricardinho conquistou mais um título para sua carreira multicampeã. Dessa vez, o craque, juntamente com a seleção brasileira de Futebol de Cegos, foi campeão do Grand Prix de IBSA. O título veio no domingo (7), na cidade de Puebla, no México, com a vitória nos pênaltis sobre a Argentina.

Mas antes da decisão, o Brasil precisava se classificar. No sábado (6), a seleção entrou em quadra para encarar os donos da casa precisando vencer para chegar à final. Já o México jogava pelo empate. Sem dificuldades, os brasileiros venceram por 5 a 0, com três gols de Nonato, um de Cássio e outro de Ricardinho. Com o resultado, a seleção brasileira terminou em segundo com nove pontos, um a menos que a Argentina, que acabou invicta a primeira fase.

Já o México caiu para terceiro com sete e foi disputar a medalha de Bronze com a quarta colocada Costa Rica, que terminou com três pontos. A lanterna ficou com a Índia, que perdeu os quatros jogos que disputou. Lembrando que na fase classificatória, as cinco seleções jogavam entre si, passando as duas melhores para a final.

FINAL

Após ser derrotada na primeira fase por a 1 a 0 (a primeira nos últimos nove anos), o Brasil entrou com tudo em busca do título. Aos dois minutos, em jogada individual, Tiago Paraná chutou cruzado e Nonato não alcançou. A resposta da Argentina veio em um contra-ataque aos quatro minutos, onde Garcia chutou para o gol, Espinillo desviou e o goleiro Matheus segurou firme.

Em um jogo truncado, de muita marcação, a seleção brasileira tentava chegar nas jogadas individuais ou de bola parada. Aos sete, Cássio chutou e Gérman Muleck defendeu em dois tempos. Na sequência, Ricardinho foi até a linha de fundo e chutou cruzado, mas Nonato de carrinho não conseguiu alcançar. No lance seguinte, Nonato foi derrubado na área: pênalti, que a arbitragem não marcou. Aos nove minutos, falta para o Brasil: Maicon pisou, Jardiel chutou fraco e Muleck segurou. Um minuto depois, após outra falta, Ricardinho puxou a marcação para o lado direito, chutou cruzado e a bola bateu no pé da trave.

Aos 11 minutos e meio, Accardi tentou fazer jogada individual e contra três defensores brasileiros acabou sendo travado na hora da finalização. O Brasil ainda chegou duas vezes no minuto final. Primeiro em falta quase na linha de fundo, onde o chute de Ricardinho foi para fora e em um contra-ataque com Maicon, que chutou no canto para a defesa de Gérman.

SEGUNDO TEMPO

A segunda etapa começou movimentada. Com um minuto e meio, Ricardinho passou por dois e de frente para o gol chutou no canto para a defesa de Gérman. Um minuto depois, Ricardinho perdeu a bola próximo à área brasileira, a bola chegou para Espinillo, que dentro da área chutou para fora. Aos quatro, Espinillo recebeu lançamento, ganhou de Cássio e chutou cruzado para fora. No lance seguinte, mais um lance duvidoso de pênalti para o Brasil: Nonato dominou na área e quando foi chutar foi travado por Coke Padilha. O camisa oito brasileiro caiu e a arbitragem mandou seguir novamente.

O jogo seguiu lá e cá: aos oito Oviedo recebeu lançamento na área e entre três chutou para defesa de Matheus. Aos nove, Nonato recebeu no meio, passou por Heredia e chutou para a defesa de Gérman. Na sequência, Ricardinho arriscou um chute de fora da área e a bola passou perto. Aos 12 minutos, Oviedo chutou de longe e Matheus segurou. Na sequência, Cássio chutou cruzado e Nonato não conseguiu alcançar.

Faltando dois minutos para o final da partida, o Brasil recuou e por pouco não levou o gol. Aos 13, Accardi gingou na cima de três marcadores e na entrada da área chutou forte no ângulo, obrigando Matheus a fazer uma bela defesa. Um minuto depois, Coke lançou Pereyra, a zaga do Brasil furou e na hora do chute, Matheus apareceu e com um tapa com a mão direita tirou a bola para longe. O Brasil ainda teve um chute faltando cinco segundos para o fim do jogo, mas a bola de Ricardinho parou nas mãos do goleiro Gérman. Nada de gols e a decisão do título foi para os pênaltis.

PÊNALTIS

A Argentina abriu a série com Espinillo, fazendo 1 a 0. Cássio empatou para o Brasil: 1 a 1. Heredia colocou a Argentina novamente na frente: 2 a 1. E Nonato empatou para o Brasil 2 a 2. Na terceira e última cobrança, Pereyra mandou uma bomba que explodiu no travessão. Coube a Jardiel fazer o 3 a 2 e o confirmar o título para a seleção brasileira.

Após o título, Ricardinho falou sobre mais uma conquista: “Muito feliz por mais esta conquista e ainda com o maior clássico de futebol de cegos do mundo, Brasil x Argentina. Agradeço a todos vocês que nos acompanharam nesta competição e principalmente a Deus que tem me concedido saúde e força para seguir trabalhando forte! ”, declarou o craque osoriense por meio de uma de suas redes sociais.

AUMENTA A FREGUESIA

Com a conquista, a seleção brasileira garantiu vaga para o Mundial de Futebol de Cegos, que será disputado em Birmingham, na Inglaterra, no ano que vem. Já a Argentina terá a chance de se classificar por meio da Copa América, a qual disputará em casa, na cidade de Córdoba, no próximo mês de outubro.

A vitória também manteve, apesar da intensa rivalidade entre as duas camisas, uma impressionante hegemonia verde a amarela sobre o seu principal oponente: agora, em 25 decisões disputadas desde 1997, o Brasil ganhou 22 e perdeu apenas três. Três desses triunfos aconteceram neste ano. Além do Grand Prix, o Brasil já havia conquistado a Copa Tango e o Desafio das Américas sobre os principais rivais.

PREMIAÇÃO

Além do título e do vice-campeonato, respectivamente, Brasil e Argentina saíram com os artilheiros da competição, Nonato e Maxi Espinillo, que terminaram empatados com cinco gols cada, além dos melhores goleiros, prêmio que foi dividido entre Matheus e Gérman Muleck. A terceira posição ficou com o México, que após empate em 1 a 1 com bola rolando, derrotou a Costa Rica nos pênaltis pelo placar de 4 a 3.