EDITORIAL

As mulheres

A participação da mulher, na vida cotidiana, ao longo de décadas foi conquistando novos espaços na sociedade essencialmente dominada pelos homens. A participação e o efetivo trabalho de dedicação destas em grandes momentos da humanidade são indiscutíveis, sejam em bons momentos como na origem da vida a um novo ser humano e sua criação como nas grandes tragédias como as pestes e nas grandes guerras. Mas, o reconhecimento de sua capacidade laborativa, fora do ambiente doméstico iniciou-se na Revolução Industrial e na segunda grande guerra a cuidar de feridos e a prover a família com a morte de seus esposos e filhos.

A mulher, mesmo estando naqueles tempos coibida de exercer papel maior na sociedade, sempre foi de relevância e de reverência, mas escondendo toda uma opressão de seus pares e da sociedade ativa dominante dos homens. A revolta das mulheres que deu origem ao Dia da Mulher revelou o potencial e a determinação do ser feminino. Quebrar dogmas em uma sociedade baseada no trabalho masculino ainda é uma batalha sem fim. Superou-se muito em várias nações, mas em outras sabemos que sua condição sub humana e extremamente ligada a dogmas religiosos.

Em pleno século 21 a mulher já exerce papéis preponderantes de governança, de empreendedorismo, de esportista e ainda mantendo sua missão de manutenção da espécie e sua criação, mas enfrenta ainda o preconceito e o misticismo masculino de ser considerada como propriedade. Conceito este que recentemente gerou a tipificação criminal de feminicídio. Além disso, a cada quatro minutos uma mulher é vítima de agressão sexual segundo levantamentos feitos Governo Federal, sem falar em casos subnotificados.

Segundo o IBGE a população feminina é superior a masculina e a mão-de-obra feminina cresce vertiginosamente e começa a assumir postos de comando tanto na política, como também no ramo empresarial. Infelizmente, o setor educacional, onde a mão-de-obra é predominantemente feminina cresce os casos de alunos agredindo professoras gerando um clima de insegurança e de estes casos em boa parte serem gerados por estudantes do sexo feminino.

A mulher precisa de proteção e respeito por parte da sociedade como um todo, mas o excesso de leis e direitos podem vir a prejudicar a relação com os homens que ainda seguem com a educação de que este é o provedor da casa, quando na realidade ambos o são ou cabe isso a mulher que teve maior dedicação aos estudos e a sua carreira, projetando-se profissionalmente.

Muito as mulheres evoluíram em suas carreiras, num esforço grandioso de quebrar paradigmas que ainda enfrentam como a diferença salarial para uma mesma atividade laboral, algo que aos poucos está revolucionando o mercado de trabalho, pela dedicação e competência e como tem se visto na construção civil pela qualidade de acabamento dado a trabalhos grosseiramente realizado por homens.

Distante do mercado de trabalho, a mulher ainda é o que se considera a “rainha do lar”, mas vem tendo a adesão e a compreensão do parceiro para divisão de atividades rotineiras no ambiente doméstico, bem como no cuidado com os filhos e em perfeita sintonia.

Neste mundo complexo e competitivo a educação familiar ainda é o princípio de tudo e como a mulher tem papel preponderante na educação da prole, cabe a estas mostrarem que as diferenças entre os sexos não devem ser empecilho para desenvolver qualquer tipo de atividade e responsabilidade. A cordialidade e a convivência pacifica são primordiais, primando pelo respeito dos meninos pelas meninas par que as novas gerações sigam evoluindo para compreender que um ser humano por ser diferente sexualmente não deve ser discriminado ou submisso a outro.

O dia 8 de maio é um marco para as mulheres, mas nos restantes 354 dias do ano a reverência e o respeito devem ser mantidos e todos terem a compreensão de que a mulher é preponderante para a vida e para a evolução da humanidade. Às mulheres a gratidão do mundo pela sua grandiosa missão e que o mundo possa reverenciar e valorizar o amor, o carinho e a dedicação de todas.