EDITORIAL

AS AULAS VOLTAM

As atividades escolares já deveriam ter retornado no ano passado, mas como não se rata de serviço essencial segundo a classificação do Governador Eduardo Leite e dos prefeitos. Enquanto o pessoal da saúde, restaurantes, padarias, supermercados, farmácias, motoboys, caminhoneiros, bombeiros e todo o sistema de segurança pública era exposto em suas atividades ninguém defendeu a vacinação destes. Muito menos se importaram com aqueles que ficaram desempregados ou tiveram de fechar seus pequenos empreendimentos. Ficou entendido que serviços administrativos públicos e incluindo-se neste rol os da Educação não eram essenciais. A essencialidade destes estava na ânsia do Governador Eduardo Leite pagar os salários em dia e mantê-los em casa.

No ano passado praticamente o Estado foi classificado no máximo em bandeira vermelha e nem por isso o Estado determinou o retorno às atividades escolares para aqueles que são menos suscetíveis a contaminação ou desta haver gravidade. Então, a preocupação eram os professores, os funcionários, os auxiliares e mais uma gama de funcionários públicos que ficou à margem do trabalho cuidando de seus filhos ou usufruindo de sua casa de veraneio ou campo. Milhares de trabalhadores dos “serviços essenciais” tiveram de se desdobrarem no cuidado dos filhos e da manutenção da sua fonte de renda (aqueles que tiveram esta oportunidade) para poderem alimentar aqueles que vivem dos impostos gerados e que estavam se “resguardando em isolamento” com a garantia de seus salário no fim do mês.

Depois de muitos especialistas em vírus serem entrevistados e serem enfaticamente convincentes de que o vírus “voa”, “nada”, se “gruda” na sola do sapato e até vivem semelhante às baratas estando no esgoto tudo indica que esta falácia cansativa está chegando ao fim. Não que o vírus não seja perigoso ou transmissível, mas por desconsiderarem o que a décadas a medicina, biólogos, agrônomos, biomédicos, veterinários e outras atividades que lidam com seres vivos sabem sobre o comportamento de vírus e como este tem o seu ciclo. Tudo parece ter sido esquecido, ou foi abafado por uma mídia que vislumbrou ser catastrófica para ser importante e exercer seu poder de comunicação e influência política. A falta de se falar a verdade levou os “defensores da ciência e de salvar vidas” a cometer um verdadeiro morticídio pela desinformação e vontade de ascensão política.

Neste confuso sistema montado político e econômico pelos governadores que cabrestearam os prefeitos com seus Decretos o funcionalismo a tudo assistiu de camarote, fazendo o que há muito se sabe do deixar o casaco na cadeira e ficar em casa fazendo de conta que estava trabalhando. Já o Magistério que é um puxadinho da CUT não poderia deixar por menos e as professoras de facebook fizeram de conta que davam aulas virtuais para justificar o receio de serem contaminadas. Mas surpreende a declaração da presidente da entidade no dia de ontem, quando está no impasse jurídico da volta às aulas citou que em bandeira preta os professores não retornarão às escolas.

O CPERGS já conseguiu que o governador Eduardo Leite modificasse o plano de carreira, que o Congresso e Assembleia Legislativa aprove que os professores sejam classificados como essenciais (portanto novas regras para as greves e mesmo com pandemia não poderão se furtar de suas obrigações atender alunos. Uma categoria que deveria buscar sua valorização como atividade e o reconhecimento pelos seus serviços está a jogar a classe cada vez mais longe do que outrora foi para o bem de todos. Quando estarão pensando em serem exemplos e vez de serem cada dia menos reconhecidos. Quem sabe abandonar Paulo Freire e começar a pensar nos grandes mestres do ensino virtual.

A volta às aulas é importante para a sociedade como um todo para que essa possa evoluir e não se deixar enganar por uma pandemia de mentiras e pânico. Basta ter os cuidados necessários.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".