EDITORIAL

Alaranjando

O aumento dos casos de contaminação pelo coronavírus preocupa as autoridades neste momento de pós eleição. Já idiotizados pelo governador Dória govenadores e prefeitos pensam em proceder com novas restrições devido a lotação de leitos de UTI estarem chegando perto do limite.

Estas mentes “pensantes” deveriam sim promover a ampliação dos horários de funcionamento do comércio e de serviços, ampliar horários de transportes públicos e seguirem com efetividade e em conjunto com os setores econômicos sobre as regras básicas para evitar para evita contaminação: higienização das mãos, distanciamento social e uso de máscaras a qualquer sintoma suspeito e ao adentrar em estabelecimentos ou locais fechados tendo estes a devida ventilação. Promover maior fiscalização na mobilidade das pessoas no período da noite até podendo promover toque de recolher entre 22hs e 6hs, ressalvado os deslocamentos para trabalho em serviços essenciais e de urgência.

Desde o princípio deveria ter sido esta a orientação e com isto a economia estaria girando e as pessoas não se sentiriam como cães presos contra a vontade, isto sem falar na TV da morte. Testar a população também deveria ter sido feito e como não procederam desta forma hoje vemos que há milhares de testes que estão próximo de sua data de validade e podendo serem jogados no lixo.

O Litoral Norte foi o refúgio de muitas pessoas do grupo de risco o que foi uma atitude correta, pois o ar com maior teor de sal e vento em profusão são favoráveis a ter menos casos de contaminação. Mas como o litoral teve aumento dos casos e está no limite de seus leitos de UTI? Simples. As pessoas foram presas pelo #fiqueemcasa é o ócio dentro de um apartamento é estressante e nada melhor do que respirar ar limpo e desfrutar de liberdade junto ao mar. Junto com estes milhares que afluem para o litoral vem os contaminados assintomáticos ou não e aqui não aplicam as regras de segurança como o usar máscara, contaminando as pessoas da região. Soma-se a isto as festinhas, os churrasquinhos, os encontros com amigos que ocorrem aos finais de semana e nas noites.

A região atingiu a bandeira Laranja e já beira a bandeira preta devido à superlotação de leitos de Covid. Esta deficiência de leitos em parte foi suprida ao longo do período, mas com os feriadões e os finais de semana lotados a situação se complica, passa a ser uma antecipação do que será o veraneio. Mas será ainda muito maior com a chegada de dezembro e das festas de final de ano, mesmo com a suspensão de eventos das prefeituras. A praia não se resume a shows de prefeituras, é um momento de congraçamento de ver amigos de maneira descontraída e sem as correrias do cotidiano. Então, haverá as aglomerações se a população do litoral não estiver devidamente esclarecida de exercer o papel fiscalizador das regras de distanciamento e de higienização de seus visitantes. Somente o poder fiscalizador do poder público não será suficiente para os milhares de visitantes que já começam a aportar no nosso litoral.

Para manter alaranjada a situação da região, finalmente os municípios do litoral deram-se as mãos e também cobraram do Governo do Estado para que mais 10 leitos de UTI fossem abertos no nosso Hospital, assim como mais 10 leitos de observação, sem que onere o nosso glorioso Hospital São Vicente. Somente neste desespero é que perceberam da importância dos hospitais e revelaram o descaso que tiveram ao longo de décadas de gestões municipais em que municípios não se abraçaram por uma boa causa: a saúde da população.

OMAR LUZ

Diretor e fundador do Jornal Momento. Semanalmente publica artigos para as categorias "Editorial" e "Boca do Balão".