Deputado questiona investimento do Governo Federal no Estado
Na semana passada, o Governo Federal autorizou mais de R$ 17,5 bilhões em crédito extraordinário para o Rio Grande do Sul. O valor está distribuído em cinco eixos que auxiliam empresas, produtores rurais e os moradores que tiveram suas casas destruídas ou danificadas durante às enchentes. No total, são mais de R$ 90,9 bilhões destinados para apoiar o Estado. Os recursos são direcionados aos Ministérios da Fazenda, das Cidades, de Portos e Aeroportos, além de Operações Oficiais de Crédito.
A atitude do Governo Federal gerou repercussão por parte de alguns parlamentares, que resolveram se pronunciar sobre a ação. O deputado estadual Gustavo Victorino (Republicanos) declarou que o anúncio de investimento dos R$ 90 bilhões “é um absurdo inacreditável, porque devolver ou antecipar verbas de despesa não é ajuda para recuperar nosso Estado”. A fala foi dita durante a reunião-almoço Tá na Mesa, realizada pela Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul), durante a quarta-feira (26).
Durante seu pronunciamento, Victorino lembrou que o mesmo anúncio foi feito durante a estiagem, quando, segundo ele, a União prometeu R$ 430 milhões, sendo que R$ 300 milhões eram financiamento e os R$ 130 milhões restantes nunca chegaram. Além disso, ele também lembrou que os anúncios de construção de casas e repasse de recursos durante as enchentes do ano passado não passaram de promessas.
“Eu vejo com muita tristeza esse cenário, porque nós temos um presidente que notadamente está atacando o Rio Grande do Sul. Ano passado o ataque foi à indústria viária e à indústria do leite, esse ano atacaram o arroz e agora estão atacando a indústria vitivinícola com a importação de suco a granel, que é proibido por Lei. Nós estamos sob ataque”, pontuou o parlamentar, reiterando que o estado gaúcho recebe um terço do que arrecada, enquanto estados do norte e nordeste recebem até seis vezes mais da arrecadação. “Eu gostaria de dizer ao Governo Federal que não precisa mandar dinheiro para cá, só não leva nenhum centavo daqui. Deixe o nosso dinheiro para nós recuperarmos o Rio Grande do Sul. Esse é o meu pedido e o meu clamor”, finalizou Victorino.