EDITORIAL

A NATUREZA TEM SUA FORÇA

Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia Nacional da Ecologia e da Reciclagem consagradas há mais de uma década voltadas para estudos e análises e também conscientização para a preservação da natureza. Uma data onde não há o que comemorar, mas sim repensar práticas diárias que fazem a diferença ao longo dos anos no ambiente onde vivemos e queremos desfrutar com qualidade de vida. A data foi tomada por ambientalistas e ambientalóides que transformaram esta data num marco de previsões catastróficas e exacerbações políticas.

Preservação meio ambiente depende muito mais da conduta dos seus habitantes e de governos que realmente planejam e buscam manter ações que realmente tenham em mente a força da natureza e como podemos nos proteger desta. Assim deve ser considerada a ideia de meio ambiente. A natureza tem seus próprios meios de evolução e de mudanças e os povos devem estar preparados para suas adversidades. É como estar navegando num mar calmo com céu de brigadeiro, mas que de repente pode mudar para uma severa tempestade. Não há o que fazer e, sim, se proteger da intempérie. O mesmo se pode dizer das enchentes do RS onde a história da natureza já havia anunciado há mais de um século no final dos anos de 1800 sobre as primeiras cheias que se tem notícias. Nosso mapa geográfico define bem isto revelando que as principais bacias hidrográficas convergem para um mesmo ponto por centenas de anos e nisto se formou uma lagoa que é a maior do país. Caminho este que a natureza criou para escoar e represar suas águas, mas que as fortes chuvas e ventos terminaram por fim abrir um caminho para o mar, formando o canal de desague da Lagoa dos Patos junto a cidade de Rio Grande. Este caminho aberto pela natureza e que por vezes também se abre em partes da península permitindo o extravasamento das águas pelo excedente volume.

Quem interferiu na natureza há dezenas de anos atrás para que se originasse o canal de Rio Grande interligando a Lagoa dos Patos com o mar? Ninguém. A natureza e suas águas é que criaram os caminhos que ao longo de décadas serviram para navegação, pesca, lazer e levaram o estado ao crescimento econômico e permitiram a evolução agrícola criando um dos estados mais produtivos da União.

Onde estão estes ambientalistas que tendo todas estas informações inclusive com fotos de satélite não conseguem saber que os rios são de suma importância econômica para as cidades que se formaram ao longo de suas margens em todas as bacias e inclusive para a geração de energia elétrica. Difícil entender que estes canais naturais seriam assoreados e que grande parte destes estão vales muitos férteis e que, portanto, suas calhas naturais deveriam ser periodicamente vistas para analisar a possibilidade de haver condições de vazão para um excesso pluviométrico em suas cabeceiras ou ao longo de todas estas conjuntamente. Onde estariam estes dados, se há ambientalistas e defensores da natureza muito bem pagos para integrarem órgãos do Meio Ambiente, para que alertassem sobre a necessidade de aprofundamento dos leitos. Tal atividade é feita no canal do porto de Rio Grande para o calado de grandes navios, assim como eram feitos na Lagoa dos Patos para a navegação de cabotagem e até mesmo para o Porto da capital e que parecem nunca mais terem sido considerados. Este ambientalóides nunca avistaram bancos de areia ao longo da lagoa dos Patos e que os navios “procuram” o canal natural deste grande rio que virou lago para não atingirem bancos de areia. Certamente que não e nem se importaram. É muito melhor cacarejar sobre meio ambiente do que entender como o meio ambiente tem se movimentado ao longo das décadas. Mesmo assim o Rio Guaíba e a natureza foram dando avisos como em 1941 e que foi como um ultimato que originou os mais de 60km de diques construídos três décadas depois e não foi mantido ou realizada a sua manutenção. Nestas últimas duas décadas a natureza lançou novos avisos, alguns pequenos bilhetes, mas em 2023 mandou recados diretos em setembro e novembro, ultimando para que se alertassem que a mãe natureza estava para expor sua vontade e promover sua “autolimpeza” de seus rios, já que a quem eles serviam não estavam dando importância.

Casualmente, maio de 2024, a mãe natureza repetiu o que fez em 1941 e que depois de 30 anos permitiram com que ela despejasse suas águas e então alertou por vários anos antes de que estava precisando extravasar e que isto estava a se aproximar. Mas sabia ela que haviam idiotas que se consideraram mais sábios e mais fortes do que ela e deixaram suas veias estarem atulhadas de lixo e barro. Então a mãe natureza se encarregou de mostrar que a hipocrisia e a falta de ação podem transformarem-se em tragédia se subestimarem sua história e seus avisos. Eis então que maio de 2024 a mãe natureza responde com altivez aqui que hipócritas apenas buscavam ignorar e bancar serem “especialistas”. O homem não muda a natureza, pois se assim ela fizesse não haveriam tantos idiotas se passando por ecologistas e não por conhecedores dos desatinos evolutivos que a própria natureza se encarrega de fazer.