EDITORIAL

DE CORTE A SUPERFANTÁSTICOS

DURANTE décadas, desde a sua criação com a Constituição de 1891 a Suprema Corte nunca ganhou tamanha notoriedade e desprezo como a atual formação resultante da indicação de um presidente ex-presidiário e que inclusive foi apontado como a maior quadrilha da história brasileira. Isto, o próprio ministro Gilmar Mendes deixou claro quando da Operação Lava Jato e as descobertas realizada pela equipe de investigação montada pelo Ministério Público Federal de Curitiba e a Polícia Federal.

A Suprema Corte sempre foi discreta em sua atuação e pouco se sabia da sua formação e existência pela população. A maior importância sempre foi os ocupantes do Executivo e do Congresso Nacional. A notoriedade negativa foi sendo apresentada aos poucos a começar pela aplicação da pena prevista na Constituição no caso de impeachment do presidente, como foi o caso da “presidenta” Dilma que deveria ter perdido seus direitos políticos, bem como as regalias de ex-presidente. No entanto, o ministro Lewandowski foi leniente e parceiro de Renan Calheiros para flexibilizar a Constituição, dando margem ao que hoje se vê da Suprema Corte, desconsiderando o Legislativo e agindo politicamente e procedendo “lobby” dentro do Congresso, quando lhes convém.

A indicação política do Executivo para sabatina por políticos do Congresso termina virando uma negociata política em busca de defesa de interesses próprios de quem os guindou à função. Ver um ministro com Luis Barroso estar em manifestações políticas de esquerda e ainda citar como um dos vencedores do Bolsonarismo é debochar da Constituição de manchar a reputação da Corte e de todos aqueles que por lá passaram e se ativeram a função de dar constitucionalidade a leis e atos tanto do Executivo como do Legislativo. Hoje visivelmente se identifica que a corte é formada por nove elementos de esquerda, sendo boa parte acovardada diante dos desmandos de um novato na corte em sua arrogância e prepotência investidos na capa preta que passou a usar. Antes de ser ministro, Alexandre de Moraes foi um defensor ferrenho do ex-presidente Michel Temer, praticamente seu advogado, assim como agora, também com a capa dos superpoderes, o advogado e ministro do ex-presidiário presidente foi guindado a função, inclusive com a lágrima de Gilmar Mendes pela defesa presencial do presidiário para que fosse descondenado.

A Corte Suprema tem demonstrando pelas suas ações que foi pervertida sua função e passou a ser um agente político com prerrogativas de perseguição política e de inquisição de apenados inocentes, fazendo crer que o descondenado na presidência também seria inocente. A mistura de STF e TSE ainda atribuiu mais poderes de imperadores das leis do que propriamente de guardiães da constitucionalidade.

O ministro do STF ocupante do TSE recebeu de Barroso esta missão de tornar as urnas eletrônicas numa espécie de cinto de castidade, sendo invioláveis. Mas se são invioláveis estas caixas eletrônicas o mesmo não se pode dizer dos sistemas informatizados e softwares coordenados por combinações binárias que os hackers ou alguém com expertisse em TI não consiga interferir. Tanto foi assim que a invasão por mais de seis meses dos computadores do TSE, a “tumba dos votos eletrônicos”, foi detectada e simplesmente os logs que poderiam levar a quem promoveu tal ato foram apagados e impedindo uma apuração por técnicos da PF.

Agora com a vacância de mais uma vaga no STF se lança o ex-governador do Maranhão, estado de péssimo desenvolvimento e atraso social e que como Ministro da Justiça do atual governo já demonstrou toda a sua covardia nos atos de 8 de janeiro, principalmente escondendo as imagens do interior do Palácio do Planalto e mentindo que não esteve por lá durante os fatos, pois ele mesmo havia dito estar no local e informado o chefe dos acontecimentos que resultaram na prisão de milhares de pessoas manifestantes e inocentes enquanto as imagens mostravam que os terroristas do patrimônio saíram pelos fundos depois de depredarem tudo.

Pior ainda a declaração deste indicado de que no mesmo que vestir a capa de ministro vai deixar de ser comunista, mentiroso e descumpridor da Constituição para virar mais um superfantástico. A Suprema Corte brasileira está se tornado uma fanfarra de indivíduos investidos da capa de superpoderes tentando serem meros defensores da Democracia, assim como o Supermam que ao se despir da função de jornalista se torna o defensor dos fracos e oprimidos. Isto sim é promover o fim da Democracia fazendo-a ruir internamento até a implosão.