Estudante de Osório representará o Brasil no Prêmio Jovem da Água de Estocolmo
OSÓRIO – Pelo segundo ano consecutivo, uma estudante do Instituto Federal do RS (IFRS), Campus Osório, irá representar o país na fase final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (Stockholm Junior Water Prize – SJWP). Vale relembrar que, na última edição, as alunas Camily Pereira e Laura Drebes conquistaram o Prêmio Excelência, o que equivale ao segundo lugar da competição, com o trabalho ‘SustainPads: Absorventes sustentáveis e acessíveis a partir de subprodutos industriais’.
A pesquisa consiste no desenvolvimento de absorventes higiênicos mais baratos e ambientalmente sustentáveis, em comparação com os produtos encontrados no mercado, de algodão e plástico. Os absorventes foram produzidos a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira (subprodutos industriais da região do Litoral Norte gaúcho). O baixo custo dos absorventes, que é de R$ 0,02 em média, contribui para reduzir o problema da falta de acesso a produtos adequados para o cuidado da higiene menstrual. As duas estiveram novamente presentes na edição nacional do evento, desta vez, somente para falar das experiências de como foi participar do SJWP.
NOVA FINALISTA
Dessa vez, quem representará o Brasil no evento realizado na Suécia será Amanda Ribeiro. O anúncio ocorreu na noite de segunda-feira (22), durante o 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), em Belo Horizonte (MG). A jovem, que venceu a etapa nacional ao derrotar outros quatro projetos, foi selecionada pelo trabalho ‘BIOGRAPE: Inovação para o Tratamento de Efluentes Têxteis a partir de Celulose Bacteriana do Vinho’. Agora Amanda irá competir com projetos de jovens entre 15 e 20 anos de idade de aproximadamente 40 países de todo o mundo.
Orientada pela professora Flávia Twardowski, a pesquisa tem como objetivo otimizar a produção de celulose bacteriana a partir dos resíduos agroindustriais oriundos do processamento de vinho para usá-lo como adsorvente de efluentes têxteis. Durante os estudos, foram produzidas celuloses bacterianas a partir do resíduo agroindustrial do vinho, de uva tinta Merlot. As celuloses bacterianas foram testadas quando às suas espessuras, rendimento, Stress, alongamento à ruptura e Módulo de Young. Para sua aplicabilidade, as melhores celuloses foram colocadas em contato com solução do corante sintético índigo carmim. A solução, com as celuloses, permaneceu por 24 horas em agitação. Após, foi realizada a leitura em espectrofotômetro. Todas as amostras apresentaram resultados de remoção do corante, próximo ou acima, de 90%. Sendo assim, o projeto mostra relevância ambiental, social, científica e tecnológica ao utilizar resíduos agroindustriais da uva em processos biotecnológicos para o tratamento de efluentes têxteis, custando somente R$ 0,23.
Para Flávia, a conquista é um reconhecimento pelo trabalho de formação de estudantes conectada a demandas da sociedade. “Estar nas etapas nacional e internacional em 2022 foi inusitado, pois mostrou que um projeto pode ser plural ao trabalhar os aspectos social, ambiental e econômico, e não apenas com água e saneamento. Estar novamente em 2023, em ambas as etapas, é ratificar que o IFRS trabalha continuamente na formação de estudantes em prol da solução de problemas”, comentou a diretora-geral do IFRS, Campus Osório.
O PRÊMIO
A final internacional do SJWP é realizada durante a Semana Mundial da Água de Estocolmo, na Suécia. O prêmio é organizado pelo Stockholm International Water Institute (SIWI) desde 1997 e tem a Princesa Victoria da Suécia como patrona. Atualmente, 40 países participam do evento, incluindo o Brasil, que ingressou na competição em 2017 e está em sua sétima edição. Aqui no país, a premiação é organizada pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), por meio do programa Jovens Profissionais do Saneamento (JPS), em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio na Suécia.