CIDADESAÚDE

Hospital de Osório é tema de Audiência Pública no Legislativo gaúcho

Na última sexta-feira (5), na Assembleia Legislativa do RS (AL-RS), foi reinstalada a Frente Parlamentar em Defesa dos Trabalhadores da Saúde, com uma discussão sobre as consequências do Programa Assistir nos hospitais de Porto Alegre e na Região Metropolitana. A deputada Luciana Genro (PSol) lidera a frente e atendeu ao pedido do Sindisaúde-RS para examinar os efeitos negativos do Programa Assistir, uma iniciativa do governo estadual que agravou a situação financeira dos hospitais.

Os trabalhadores da saúde estão enfrentando uma série de problemas por causa do Programa Assistir, incluindo demissões em massa, falta de pagamento de verbas rescisórias, falta de depósito do FGTS e fechamento de leitos do SUS, bem como de departamentos especializados. O Programa Assistir foi lançado em 2021 para ajudar a resolver os problemas financeiros do setor da saúde no RS, mas acabou causando crises em vários hospitais que tiveram seus recursos cortados. “Muitos hospitais foram afetados. O Hospital de Osório tem problemas há muito tempo e é tão grave que exigiu intervenção estadual”, apontou Julio Jesien, presidente do Sindisaúde-RS. Além do Hospital São Vicente de Paulo (SVP), também foram citados como exemplos as instituições de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas e Viamão, todas cidades da região Metropolitana do Estado.

Valmor Guedes, Diretor de Saúde do Trabalhador do Sindisaúde-RS, destacou a importância do apoio da sociedade às demandas dos trabalhadores da saúde, que enfrentam desestímulo para que novos profissionais ingressem na área, assim como na educação. Guedes afirmou que os trabalhadores da saúde têm adoecido muito e que a Frente Parlamentar pode ajudar a ecoar suas lutas para a sociedade.

ENCAMINHAMENTOS

No final da Audiência Pública, Julio Jesien reiterou a importância de estabelecer um diálogo entre os trabalhadores, a administração dos hospitais e o governo estadual para abordar os problemas na área da Saúde. Ele sugeriu buscar uma agenda com a Secretária da Saúde, Arita Bergmann, e até mesmo levar o assunto ao Ministério Público (MP), caso a omissão do Estado persista.

A deputada Luciana Genro concordou com os encaminhamentos propostos e ressaltou a gravidade das denúncias de irregularidades no Programa Assistir, além da falta de recursos financeiros. Ela sugeriu que a Comissão de Saúde da Assembleia ouça as demandas dos trabalhadores e se some ao pedido de agenda com a Secretária da Saúde. Vale ressaltar que, apesar dos convites, nenhum representante do governo estadual, vereador ou prefeito dos municípios afetados participou da audiência.

Hospital São Vicente de Paulo, em Osório, foi um dos mais afetados com corte de recursos do Programa Assistir.