EDITORIAL

JOVENS E SEM PERSPECTIVAS

No mundo de facilidades e de acesso irrestrito a redes sociais pelos jovens estão fazendo com que o futuro lhes sejam sem perspectivas. Em décadas passadas a juventude buscava pelos seus esforços conquistar espaço na sociedade, interagia e formava um grande grupo de amigos, que hoje até realizam ainda encontros de ex-alunos, ex-colegas de anos de trabalhos numa mesma empresa. Era um mundo que se comunicava pessoalmente e dialogava. O jovem caminhava quilômetros a pé para estudar, ajudava os pais em casa, sentava à mesa para refeições e tinham regras de horário para atividades escolares e para assistir a um simples programa de televisão.

A mudança de comportamento da geração em que se contestava por vezes a autoridade dos pais, mas que acabava sendo respeitado fez com que os pais de agora busquem dar liberdade e independência aos filhos sem ao menos olhar com cuidado o direcionamento que a educação e o comportamento deste está indicando. A escola ainda mantinha a rigidez do método pedagógico e de suas exigências, muitas vezes convocando os pais para comparecer à escola para saber do comportamento do filho. Os professores analisavam o aluno em vários aspectos como a pontualidade, assiduidade, responsabilidade, sociabilidade entre outros de formação de caráter e personalidade que tinham de ser reforçado pelos pais em casa. Muitas vezes os filhos até enquadravam os pais com relação ao consumo de álcool, cigarro e destinação do lixo e comportamento no trânsito. Nos meios de comunicação as programações eram educativas e de entretenimento e até mesmo as publicidades tinham apelo familiar, principalmente as de Natal com mensagens de fraternidade, amor ao próximo e de convivência.

A modernidade, se é que se pode assim dizer foi mudando o comportamento das pessoas e as formas de relacionamento. As novelas passaram a imitar a vida real, mas a impingir culturas como a desagregação familiar, liberalismo sexual, deram valor a traição, ao golpe financeiro, a vida de malandro. Na educação o desmonte do ensino profissionalizante, onde o jovem aprendia uma profissão, aprendeu a malandragem de faltar aulas e contrapor-se ao conhecimento e aplicar a malandragem e o uso de drogas, numa assertiva impingida pela teoria dos oprimidos de Paulo Freire, o destruidor da educação formal, mas adorado pelos professores que forma conduzidos como gado pelos sindicatos a pensar em salário e menor qualidade de ensino.

As constantes mudanças no ensino foram tornando a figura do professor cada dia menos importante na sala de aula, o ensino passou a ser um bico e da hora-aula bem paga se passou aos planos de carreira para acomodar uma categoria essencial numa sociedade que busca prosperar. Se a educação fosse próspera sempre, certamente teria o reconhecimento de seus alunos que se tornaram políticos e que os subjugaram a salários baixos e condições ruins de trabalho em escolas degradadas.

O descaso com a Educação permitiu que a droga fosse ingressando nos bancos escolares, depois os celulares, a liberdade sexual e por fim a insurgência com o professor e seus ensinamentos que não foram modernizados e sim sucateados pela falta de investimentos em treinamento pedagógico par acompanhar a evolução do mundo e da tecnologia. Chegou-se ao ponto de que uma professora xingar um aluno ser motivo de agressão por parte dos pais ou até de agressão por estes, sem ao menos buscar saber os motivos que levaram a repreensão. Iniciou-se a desmoralização de uma classe outrora respeitada e em vez de assumir uma postura firme passou a ser baderneiro em greves, a promover xingamentos a autoridades em busca somente de salários e não de respeito. Isto levou os alunos à perda da confiança e credibilidade do seu educador, dando ais espaço para as redes sociais e as relações extra escolares, incluindo o tráfico a assumir a postura que outrora era do professor.

Os jovens perderam a noção e as perspectivas de crescimentos como membros de uma sociedade, estão à deriva e cada vez mais as redes sociais estão a dar-lhes direcionamento comportamental. Assim vemos agora o pânico nas escolas com a rede de jovens promovendo pânico nas escolas como se isto fostes altruísta, que isto lhe dê projeção social, sem ao menos pensar que tem uma vida inteira pela frente para buscar seu crescimento pessoal e profissional. Os adultos de agora deram o mau exemplo e permitiram que o mal chegasse ao ambiente escolar. Não há mais o funcionário que fiscalizava o recreio, que evitava as brigas no pátio, a correria no ambiente escolar e depredação do patrimônio da escola. A falta de perspectiva está levando os jovens a buscar a morte e consigo vários outros, incitados pelo mal que foi permitido entra no ambiente escolar: as drogas e o celular. A escola perdeu o foco, mas ganhou sendo o alvo de ataque. Repensar o ensino deve ser urgente e urgente se faz começar pela peça principal que são os verdadeiros professores que amam a profissão.