Deputado Luciano Silveira defende regionalização da saúde no Litoral durante Sessão da Assembleia Legislativa

Deputado Luciano Silveira defende regionalização da saúde no Litoral durante Sessão da Assembleia Legislativa

Na tarde de terça-feira (11), a Assembleia Legislativa do Estado (AL-RS) recebeu uma nova Sessão Ordinária. Uma das pautas discutidas foi a dos 100 primeiros dias do Governo, completados na segunda (10). Durante as falas dos parlamentares, o deputado Luciano Silveira (MDB) voltou a defender a regionalização do serviço de Saúde no RS, principalmente no Litoral Norte gaúcho. “Eu prefiro deixar de lado o debate ideológico sobre os 100 dias de governo federal ou estadual e me concentrar no que interessa, que é aquilo que mais afeta a vida das pessoas, como é o caso das emergências lotadas na capital, por exemplo”, justificou o parlamentar.

O deputado citou os hospitais existentes na região, os quais, segundo ele, precisam de uma maior oferta de serviços de saúde, valorizando as estruturas já existentes. “Desde o início de meu mandato, tenho defendido, junto à secretária Arita (Bergmann), da Saúde, a ideia de que é mais prático e mais eficiente reforçarmos a rede que já existe e investirmos em centros de referência em diferentes especialidades, espalhados pelo litoral”, explicou. “Só uma pessoa como eu, que tive dois familiares com necessidade de serviços oncológicos e precisou recorrer a longos deslocamentos para atendê-los sabe o valor que tem a oferta de serviços de saúde próximos do cidadão”, desabafou o parlamentar.

Luciano finalizou o seu discurso pregando o trabalho em conjunto em nome do bem comum, independente de eventuais divergências ideológicas. “Eu tenho certeza de que trabalhando juntos poderemos encontrar uma forma objetiva de contribuir para melhorar a vida das pessoas, que afinal é o objetivo desta casa”, encerrou o deputado osoriense.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Por solicitação do parlamentar Guilherme Pasin (PP), a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realizou na manhã de quarta (12), um debate sobre a oferta de serviços médicos públicos de média e alta complexidade aos moradores do Litoral Norte. O debate foi conduzido pelo presidente do Colegiado, o deputado Neri, o Carteiro (PSDB).

Primeiro a se manifestar, o deputado proponente disse que a população do Litoral Norte clama por serviços de média e alta complexidade mais próximos. Ele destacou que nos últimos anos, especialmente após a pandemia, a região passou por um fenômeno de crescimento demográfico, o que acarreta em uma maior demanda por serviços de saúde. Passin salientou que cerca de 80% dos leitos do Sistema SUS estão em Porto Alegre e que esta concentração não é desejo dos municípios da região.

Logo a seguir, usou a palavra o vereador do município de Torres Gibraltar Vidal, incentivador da realização da Audiência. Ele garantiu que os 23 municípios que compõem a região fazem investimentos acima do percentual constitucional (15%), oferecendo à população serviços que são de responsabilidade do Estado, como pronto-atendimento, fisioterapia e exames de imagens complementares. Vital informou ainda que os serviços de oncologia, UTI pediátrica e cardiologia são os mais demandados pela população que precisa se deslocar para Porto Alegre para ser atendida.

Por sua vez, a vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, Inara Ruas, afirmou que a solução ainda é a regionalização do atendimento. Ela propôs a desconexão de hospitais que não estão atendendo os serviços de média complexidade por outros interessados na tarefa.Também defensor da regionalização da saúde, o deputado Luciano Silveira disse que a conta não pode ficar na mão dos municípios. Ele sugeriu um encontro entre gestores municipais e do Estado para redistribuir leitos da Capital para a região litorânea.

Contrário à criação de um hospital regional, o secretário de Saúde de Osório, Danjo Renê afirmou que os principais problemas envolvem o atendimento a pacientes de média e alta complexidade. “Os municípios estão gastando muito mais do que 30% do orçamento, onde deveríamos gastar 15%. Apenas 15% gastamos com a folha de pagamento servidores em dia”, declarou.

O deputado Joel Wilhelm (PP) entende que é necessário fazer antecipadamente uma busca por hospitais da região que possam assumir a responsabilidade pelo atendimento e, posteriormente, junto com a Secretaria Estadual de Recursos redistribuir os recursos e investimentos do Estado. O parlamentar Marcus Vinícius (PP) foi outro que falou sobre a redistribuição de recursos. Após avaliação do teto de atendimento, tanto no Litoral como em Porto Alegre, ele sugeriu o início de um plano de ação que viabilize a habilitação de hospitais locais para atendimento em oncologia, cardiologia e demais carências.

Também se manifestaram durante a reunião as seguintes autoridades: Deyse Borges (representante a Secretaria Estadual da Saúde); Janete Ferrari (coordenadora da 18ª Coordenadoria de Saúde); Loraci de Melo (prefeita de Três Forquilhas), Francisco Rodrigues (Amrigs); e André Lagemann (superintendente da Federação dos Hospitais Filantrópicos).

Ao final do encontro, o deputado Guilherme Pasin, afirmou que a ata da Audiência será encaminhada à Secretaria Estadual de Saúde, solicitando um cronograma objetivo para reverter a situação da falta de leitos, especialmente para alta complexidade.

Secretário de Saúde de Osório Danjo Renê (direita) foi uma das autoridades que falaram durante a Audiência Pública. – FOTO: Guilherme Almeida