EDITORIAL

REPAGINANDO A MISÉRIA

Seguindo as informações da estudiosa ministra do Meio Ambiente, o Brasil já tem 125 milhões de pobres famintos neste recém iniciado governo. Este número que praticamente é 50% da população brasileira é a informação levada para o exterior sobre o Brasil. Enquanto isto esta mesma ministra desconhece que em sua pasta houve o recorde de desmatamento para o mês de fevereiro desde 2005.

O governo federal assumiu com a missão de reduzir a fome e a miséria, assim como disse ter feito há alguns anos atrás com o programa “Fome Zero” e que arrecadou milhões para este trabalho interminável que agora, segundo estes assumiu este número estratosféricos de 125 milhões de bocas famintas. Diante de tal informação catastrófica se viu obrigado a cumprir sua promessa de campanha e assim repaginar a máquina de votos de outrora, mas conservando o nome do agrupamento de benefícios iniciado no governo Fernando Henrique com o vale-leite e vale-gás. Neste contexto se desenhou um auxílio de R$ 600,00 e mais R$ 150,00 por criança de até seis anos. Também fez retornar o benefício de R$ 50,00 a mais para cada criança de sete a 18 anos e a gestantes. 

O programa, segundo o governo, representa mais do que uma ação de transferência de renda, o Bolsa Família é um “instrumento da estratégia de redução da pobreza, de combate à fome e de promoção da educação e da saúde do Governo Federal. O programa volta a enfatizar condicionalidades estratégicas e históricas, como a exigência de frequência escolar para crianças e adolescentes de famílias beneficiárias, o acompanhamento pré-Natal para gestantes e a atualização do caderno de vacinação com todos os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde”.

O país realmente precisa de um programa social abrangente e que realmente possa trazer dignidade aqueles que vivem em condições vulneráveis e seus familiares. A simples distribuição de renda, cadastramento melhorado e rigor na fiscalização para evitar fraude também são imprescindíveis. Mas esquece o Governo Federal que é justamente estas pessoas que sofrem nas portas de hospitais e UPAs em busca de atendimento. Melhorar a infraestrutura do SUS e equipar hospitais regionais é o mínimo, além e reajustar pelos serviços prestados, uma vez que a tabela do SUS está há uma década sem reajuste. É necessário sim promover mutirões para zerar filas de cirurgias e atendimentos médicos, além de dotar comunidades distantes de grandes centros de melhor atendimento. Levar conhecimento de atividades laborais também se faz necessário para que as pessoas busquem suas próprias fontes de sustento ganhando dignidade social e ter seus direitos trabalhistas e term a possibilidade de se aposentarem como todo trabalhador brasileiro.

Um programa social deve promover o indivíduo e não a sua condição de pobreza, tornando-se um peso para a sociedade em que ele está inserido, deixando de ser produtivo e estimulado a construir uma vida digna. Da forma como vem sendo feito é aposentar sem antes mesmo ter entrado no mercado de trabalho. Neste sentido, a geração de emprego e de atividade laboral para esta mão-de-obra onerosa e improdutiva, deve ser implementada. Assim passa a ser o início da conquista de sua cidadania e a existir num mundo cada vez mais tecnológico e com escassez de mão-de-obra especializada.

Os bilhões gastos em Universidade e escolas técnicas também deveriam apresentar seus programas sociais e se inserir neste trabalho de promoção humana justo com aqueles que perderam a oportunidade quando jovens.

Infelizmente o governo perde a chance de renovar e ampliar a população ativa economicamente com atividade laborais, para sustentar o ócio. Todo programa social pode ser corrigido e aperfeiçoado, mas vemos a situação de que um presidiário tem um benefício de auxílio reclusão de fazer inveja a muitos trabalhadores honestos e não criminosos.

Deveria também ser incluso um programa para redução de drogados ao qual boa parte destes recursos irão sustentar bocas de fumo alimentado o tráfico. Termina sendo uma transferência de renda ao traficante. Sabe-se que muitos jovens acima de 12 anos já estão envolvidos com o consumo de drogas.

É lamentável que amis um governo irá somente repaginar um programa social para dizer seu, do que realmente buscar a construção da dignidade daqueles que já se encontram em situação vulnerável e até estimulando a se manterem nesta mesma situação em busca de manter o benefício e seguir na informalidade.